sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Legislando em causa própria

     Uma das classes mais privilegiadas desse país - a do Judiciário - volta a afrontar a sociedade, dessa vez com a absurda reivindicação de 14,7% de reajuste para os magistrados e de 56% para os demais servidores. Suas excelências se sentiram afrontadas pelo fato de o Governo ter ignorado esses índices, na proposta orçamentária para 2012, já que eles haviam sido decididos pelo Supremo Tribunal Federal, que tem - é verdade - autonomia para fazer suas previsões.
     Encurralada, a presidente Dilma Rousseff foi obrigada a ceder, em nome de uma tal governabilidade, mesmo que esse recuo represente uma bordoada de R$ 7,7 bilhões nas já complicadas contas públicas. É verdade que, em sua mensagem, a presidente contra-argumenta e destaca que "é indispensável que o Brasil mantenha uma realidade fiscal responsável que lhe permita lidar com sucesso com eventuais situações de crise".
     O Judiciário também justifica sua proposta perdulária citando a necessidade de criar um espaço para a TV Justiça, uma emissora - pelo visto - decisiva para os destinos do país.
     Já não basta aos nossos juízes pleitear menor carga de trabalho e folga nas tardes de verão, como andaram fazendo durante o ano. Eles querem tudo, ao mesmo tempo.

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