sexta-feira, 16 de setembro de 2011

A opção simplista

     Estamos combinados: para proteger a indústria nacional do que classifica de concorrência desleal dos importados, o Governo decidiu aumentar o IPI dos veículos que não tenham, pelo menos, 65% de peças nacionais. Com isso, as quatro grandes montadoras 'nacionais' vão poder continuar vendendo, sem muitas ameaças e a preços irreais, carros menos equipados e com projetos mais antigos dos que são oferecidos no resto do mundo.
     Não quero dizer, com isso, que determinados carros chineses são opções mais indicados aos fabricados por aqui. Entre veículos semelhantes, eu sempre ficaria com o nacional, especialmente pelo pós-venda. A questão não é apenas essa. Eu apenas defendo o direito à opção. Se o consumidor pode comprar um veículo completo mais em conta do que o similar nacional, melhor para ele.
     Impor essa barreira financeira - essa decisão nada mais é do que um aumento compulsório no preço do produto - é uma saída cômoda. Em nenhum momento houve a discussão, essa sim fundamental, sobre os motivos que levam os carros nacionais a serem tão caros. E não me venham com a resposta simplista que pode ser aplicada às sombrinhas fabricadas na China. Nossos veículos são caros porque a carga tributária é absurda e porque nossa indústria ainda não investiu o necessário na tecnologia que poderia reduzir o custo de produção. Não apenas porque nossa operários são mais bem pagos do que os quase escravos chineses.
     Até por que nem só de chineses vive o mercado de carros importandos.

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