sexta-feira, 6 de julho de 2012

Um pinto no lixo ideológico

     'Pinto no lixo'. A expressão popular talvez seja a que mais bem sintetize a presença do ex-ministro da Casa Civil de Lula, José Dirceu - deputado federal cassado e o principal acusado pelo escandaloso Mensalão -, na reunião do Foro de São Paulo que está sendo realizada em Caracas, a capital latino-americana da estupidez, coincidentemente com os festejos pelo 201º aniversário da independência da Venezuela. É verdade que há outros animais - porco, hiena etc - que poderiam ser invocados, até mesmo com mais força emblemática. Mas o lixo continuaria como pano de fundo.
     O Foro, para quem não lembra, ou não quer se dar ao trabalho de uma clicada no Google, surgiu há 22 anos, durante encontro de Fidel Castro com Lula, no ABC. A motivação oficial do encontro foi a discussão entre entidades de 'esquerda' (esse pessoal que assalta os cofres públicos, corrompe, suborna, mata e prevarica em nome da causa) para definir alternativas "às políticas neoliberais que predominavam na América Latina". Não, não vomitem.
     Resumindo: um ditador medíocre, inimigo de qualquer tipo de liberdade, e um prestigitador ignorante criaram as bases para a atual 'modernidade' dessa infeliz América do Sul, representada por Hugo Chávez, Cristina Kirchner, Rafael Correa, Evo Morales e - por que não? - Dilma Rousseff. Não poderia ter dado certo, é claro.
     Como destaca Veja, pode ter sido a última viagem de Dirceu antes do julgamento de seus crimes que se tornaram públicos e notórios, graças à Justiça. Dependendo do resultado, ele ficará confinado no Brasil, na mira da Interpol, como Paulo Maluf, o parceiro de fé de seu líder e ex-chefe. Viajar, só disfarçado, com identidade nova.
     Entrelaçados, Foro e festa nacional venezuelana têm sido o palco ideal para as intermináveis sandices proferidas pelo bufão venezuelano, surpreendido com as mãos sujas enfiadas na Constituição Paraguaia, tentando rasgá-la, como vem fazendo no seu infelicitado país. Dirceu, com presumido prazer, ouviu Chávez vocifrar contra a burguesia capitalista e os Estados Unidos. Pelo teor das suas falas (?), podemos imaginar a torrente de imbecilidades que jorrou daquela cabecinha.
     Sobre sua investida no Paraguai, o coronel bananeiro presentou os ouvintes com uma frase (reproduzida por Veja) que exemplifica bem o que se passa naquele cérebro: . "Tem muita coisa por trás disso que eu nem posso dizer. Se um dia eu for contar tudo, nossa!". Seria ótimo se ele, entre um surto e outro, revelasse não só suas tentativas de subverter a ordem no Paraguai, mas todas as interferências em outros países, como o financiamento dos narcotraficantes das Forças Armadas Colombianas, por exemplo. Ou os carregamentos de dólares despejados para sustentar a campanha de reeleição de Cristina Kirchner, na Argentina. E não estou falando do financiamento do fracassado governo argentino, através da compra de papéis da dívida pública, mas de dinheiro vivo, enfiado em malas.
     Além do notório José Dirceu - talvez tenha ido preparar o terreno para se exilar, caso se confirme o que o país espera -, o Foro e Chávez reuniram em Caracas (e a revista flagrou) personagens como a ex-senadora colombiana Piedad Córdoba, cassada por envolvimento direto com os terroristas de seu país. Além do secretário de Relações Internacionais do PT, Valter Pomar, autor de um pergunta destinada à história: "Mas a direita tem alguma dúvida de que a esquerda latino-americana apoia Hugo Rafael Chávez Frias?". Eu, se fosse a 'direita' (e eu tenho sido acusado - por esquerdistas - seja lá o que nós sabemos que isso é - de engrossar essas fileiras), certamente não teria dúvida alguma.
     Vocês se merecem.

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