terça-feira, 31 de julho de 2012

Chávez compra a consciência brasileira

     Tivemos hoje, em Brasília, uma demonstração da tal diplomacia de resultados que vem sendo exercida nessa infelicitada Era Lula. O bufão venezuelano Hugo Chávez, pouco antes de ser entronizado entre os governantes que fazem parte do Mercosul, pagou o esforço brasileiro em burlar o Protocolo de Ushuaia (que estabeleceu as normas para ingresso de países no Mercosul) com a compra de seis aviões Embraer-190, por algo próximo de 300 mihões de dólares.
     Além da afinidade ideológica com o aprendiz de dirador, inimigo público número um das liberdades individuais, foi colocado em prática o mais indigno pragmatismo: o Paraguai, falido e miserável, não compra sequer os carros populares que fabricamos por aqui (os que por lá chegam são roubados, em sua maioria) e ainda nos 'repassa' produtos falsificados. Já a Venezuela, que tem um povo também miserável (Caracas é uma enorme favela), flutua em reservas imensas de petróleo que alimentam a estupidez do seu líder.
     Nessa hora, a fantasia politicamente correta que os patriotas do Ministério das Relações Exteriores tentam nos passar escorre pelo ralo das iniquidades, das mentiras. Hoje, na América do Sul, certamente não há país mais necessitado de apoio do que o Paraguai, independentemente do governo, que - embora legal e constitucional - é passageiro.
     A festejada presença de Chávez em Brasília - saudado pelo anárquico MST, o braço campesino do projeto de poder do PT - desmerece a tradição brasileira de defesa das liberdades e serve apenas para reforçar a imagem mediocremente bananeira do atual governo, que continua atrelado à falta de princípios estabelecida pelo seu antecessor.
     Chávez - nunca é demais repetir - persegue jornais e jornalistas, fecha emissoras de rádio e tevê, afasta e prende juízes que ousam agir com independência, num evidente atentado aos princípios basilares da democracia. Tudo isso, no entanto, não impede que trafegue com desenvoltura nos corredores do Planalto. Não é de se estranhar. Nos últimos nove anos e meio o Brasil cultivou as piores parcerias no mundo.

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