sábado, 28 de julho de 2012

E Marina pintou e bordou

     Eles são um poço até aqui de mágoa, para citar o compositor preferido por 12 entre 10 petistas de carteirinha (a diferença nos números deve ser atribuída à falta de escolaridade da maioria). Também não morro de amores por ela, mas é inegável que transpira mais dignidade do que todos os que compõem a comitiva oficial do governo brasileiro à Olimpíada de Londres.
     Estou falando da ex-ministra Marina Silva, um dos maiores destaques da cerimônia oficial de abertura dos Jogos, que roubou o espaço que poderia ser dado à presidente Dilma Roussseff, ao surgir no desfile carregando a bandeira com os anéis olímpicos, ao lado do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon e outros notáveis.
     A mágoa transbordou, segundo nos conta o Estadão, na frase do ministro do Esporte, o comunista (eles ainda existem...) Aldo Rebelo, desafeto de Marina quando relatou o Código Florestal: "Marina sempre teve boa relação com as casas reais da Europa e com a aristocracia europeia", disse, com um evidente sabor de derrota. "Não podemos determinar quem as casas reais escolhem, fazer o quê?", lamentou. Eu sugeriria que batesse palmas.
     A presença da ex-ministra foi mantida em sigilo até o momento em que ela entrou em cena, com o destaque que não foi dado, em momento algum, à presidente Dilma Rousseff. O Estadão chegou a quantificar a exposição da nossa presidente durante a cerimônia: pouco menos de cinco segundos. Já Marina ...
     Bem. O presidente da Câmara, o até pouco tempo ilustre desconhecido petista Marco Maia, também deu seu pitaco. Segundo ele, "é óbvio que seria mais adequado por parte do COI e da organização do evento que houvesse um diálogo de forma mais concreta com o governo brasileiro, para escolha de pessoas". Será?
     Acredito que o COI e o governo de Sua Majestade devem ter visto as fotos recentes do ex-presidente Lula com o deputado Paulo Maluf e lido sobre a luta governamental para sufocar o julgamento do Mensalão. E talvez tivessem temido que o Brasil sugerisse os nomes do ex-ministro José Dirceu e de outro quadrilheiro qualquer para participar do desfile.
     Mais uma derrota do 'patriotismo'.

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