domingo, 29 de julho de 2012

Liberdade, um bem inegociável

     É por manchetes assim - como a de O Globo de hoje, que tipifica os crimes da quadrilha do Mensalão do Governo Lula - que eles odeiam o jornalismo que não recebe jetons, salários indiretos e, em muitos casos, diretos. 'Eles', é claro, são os componentes disso que se convenciona chamar de esquerda brasileira, basicamente composta por petistas e assemelhados. Um par de páginas com a nova cara do jornal sintetiza tudo o que analistas independentes dizem e repetem, sistematicamente, ao longo dos últimos sete anos. Analistas entre os quais eu tomo a liberdade de me incluir.
     Nunca fui filiado a qualquer partido, embora - ao longo da vida - tenha me identificado com a posição de alguns, desde o antigo PTB originado da era Vargas. Em determinado momento da vida nacional, mais ou menos recente, votei até no PT, por contraposição ao que representava a ameaça Collor. Assim como votaria, se idade tivesse, contra os interesses da velha UDN sempre a postos para dar um golpe. Nesses dois casos, muito mais por exclusão do que por opção.
     Consolidada no poder, a intitulada esquerda brasileira, capitaneada pelo PT, exibiu de imediato sua face mais deplorável, a que sintetiza o arbítrio das ideologias radicais (fascismo, nazismo e comunismo). Com um discurso montado sobre 'dogmas' simplórios e facilmente palatáveis - redução da pobreza, combate às diferenças e blablablá ... -, usa todos os benefícios da democracia para tentar subvertê-la e se apropriar não apenas da consciência de uma população ignorante e desinformada, mas do Estado.
     Para conseguir seus objetivos, PT e seus satélites empenharam-se em verdadeiro assalto aos bens nacionais, sob a desculpa 'ideológica' de que os fins justificariam os meios escusos. O Mensalão do Governo Lula foi apenas uma das muitas investidas nos cofres e gabinetes públicos. Denunciados, os mentores e executores do projeto de poder jamais se conformaram com a divulgação de seus atos. Odeiam a liberdade de imprensa, odeiam manchetes contrárias aos seus interesses.
     Para essas pessoas - lembro sempre que aparece uma oportunidade, como essa -, o Brasil seria uma imensa Cuba, com um 'marco regulatório da imprensa' desabando sobre nossas cabeças. Manchetes como a de O Globo - que soterram a mentira e apontam a canalhice dessa Era Lula - não existem na ilha da fantasia. Como também não existem nessa pobre e estúpida Venezuela, que persegue jornalistas, fecha jornais e prende juízes; no ignorante Irã, que apedreja mulheres; ou na assustadora Coreia do Norte, que assassina seu próprio povo.
     Ao contrário do que essas pessoas alardeiam, liberdade - em especial a do acesso irrestrito à informação - é uma característica das grande democracias, como Estados Unidos, Inglaterra e França. Graças à liberdade sem marcos - exceto os contidos na Constituição -, os americanos chutaram o traseiro de Richard Nixon, expuseram as entranhas mais sórdidas do dia a dia de Bill Clinton e superaram séculos de discriminação, elegendo um negro para a presidência. Por aqui, ainda prevalecem, em determinados círculos, conceitos que a história vem derrubando há pelo menos 80 anos.
     Pelo impacto que pode produzir no País, o julgamento da quadrilha do Mensalão tem tudo para se transformar, ele, sim - num grande marco. Um alerta para os que se julgam acima do bem e do mal. Só lamento que o principal beneficiário desse escândalo, o ex-presidente Lula, pelo simbolismo, não esteja sentado no banco dos reus, ao lado dos seus demais parceiros. O Brasil estaria dando uma demonstração ainda mais cabal de que a dignidade da Nação é um bem inegociável.

2 comentários:

  1. Parabéns, amigo, por esse texto irrepreensível. Concordo na íntegra e assino embaixo!

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  2. Obrigado, Paulo. Embora divergências eventuais, convergimos, sempre, quando o assunto é a dignidade.

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