quinta-feira, 5 de julho de 2012

Pânico na companheirada

     Imagino o pavor da companheirada ao saber que um tal de Juquinha (José Francisco das Neves), ex-presidente da Valec, empresa pública ligada diretamente ao malfadado Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, o Dnit, está atrás das grades. E esse pavor só deve ter aumentado com a notícia da convocação do ex-diretor-geral do Departamento, Luiz Antônio Pagot, para - afinal!!! - depor na CPI que investiga as relações promíscuas entre o contraventor Carlinhos Cachoeira, parlamentares, dirigentes de estatais e governantes dos três escalões.     
     Juquinha, segundo a Polícia Federal, enriqueceu ao comandar um enorme esquema de corrupção nas obras da Ferrovia Norte-Sul, uma das estrelas do PAC, essa fantasia criada pelo marketing do Planalto e que vem exibindo parcerias deletérias entre o que deveria ser público com o que mereceria estar na privada.
     A pergunta que surge é simples, objetiva e poderia até fazer parte do próximo Enem, cujas provas tem revelado alto índice de 'politização': quantos juquinhas há em um governo do PT e asseclas? A resposta talvez esteja no depoimento de Pagot, que é um 'poço até aqui de mágoa' - como diria o compositor preferido da turma -, e já disse que quer falar.
     Além de Pagot, foram convocados outros destaques absolutos desses tempos de devassidão, em especial Fernando Cavendish, o ex-amigo do governador fluminense Sérgio Cabral e ex-presidente da Construtora Delta, a maior beneficiária das pilantragens oficializadas pelo PAC (o Programa de Aceleração do Crescimento da fortuna de políticos amigos e empresários em geral), gerado e gerido, desde o início, pela atual e eminente presidente Dilma Rousseff.
     Outro possível destaque das próximas sessões da CPI é o prefeito de Palmas, Raul Filho, do PT, é claro!, flagrado em conversas totalmente comprometedoras com o contraventor Carlinhos Cachoeira. Raul - pela performance que se viu nas gravações e entrevistas exibidas nas tevês - tem tudo para se transformar em uma novas referência da elite petista.
     A ressaltar, segundo Veja, que o ex-diretor do Dnit, Luiz Antônio pagot, estaria decidido a denunciar, também, pressões do governo de São Paulo para financiamento da campanha de José Serra à presidência,e em 2010. Tanto que o expresidente da Dersa, Paulo Preto, ligado ao PSDB, também foi chamado para depor.
     A lamentar, no entanto, que o bloco governista tenha impedido a convocação de José de Filippi, tesoureiro da campanha de Dilma Rousseff, também acusado por Pagot. Mas nada impede que o tema seja discutido. Quando? Não se sabe, ainda. Nossos preclaros parlamentares estão às vésperas de mais um recesso.
     É isso mesmo: eles vão descansar da árdua missão de trabalhar três dias por semana e gozar mais um 'recesso, eufemismo que designa as temporadas em que eles flanam pelo mundo, muito bem pagos com o nosso dinheiro.

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