terça-feira, 31 de julho de 2012

Ex-ministro abandona a canoa furada de Cachoeira

     Ficamos sabendo - através de vários jornais e revistas, entre elas Veja - que o ex-ministro da Justiça de Lula justamente na época do Mensalão, Márcio Thomaz Bastos, abandonou a canoa furada (mas folheada a ouro) da defesa do contraventor Carlinhos Cachoeira, acusado de vigarices explícitas ao lado governantes, políticos em geral e empresários. Motivo? A mulher do contraventor, Andressa Mendonça, teria tentado chantegear um juiz para ajudar o marido.
     Quanta nobreza, reconheço. Eu, com certeza, também me afastaria de qualquer chantagista que investisse contra membros da Justiça, exatamente como fez o antigo chefe do agora ex-advogado do líder de uma quadrilha que também assaltava os cofres públicos, corrompia e se deixava corromper. Prevalecendo a postura assumida hoje, Márcio Thomaz Bastos deve anunciar, em breve, seu rompimento com o ex-presidente da República. No mínimo, para manter alguma coerência.
     E ele tem sido coerente, nos últimos anos. Defendeu com o mesmo ardor o ex-presidente e o contraventor. Assim como fez no processo do Mensalão (tentou desqualificar a denúncia e, recentemente, se insurgiu contra a realização do julgamento, agora), orientou de perto o mais recente ex-cliente, mantendo-o calado ou fazendo declarações amorfas nos interrogatórios na CPI e na Justiça Federal.
     Não duvido, até, que comecem a surgir 'informações' confidenciais nos espaços de colunistas amigos, envolvendo oposicionistas, é claro. Livre da responsabilidade de defender um dos principais alvos da indignação nacional, poderá direcionar seu conhecimento e informações privilegiadas. Assim como poderá se dedicar mais livremente ao esporte preferido: defender o ex-presidente Lula e o PT da torrente de acusações de envolvimento com assaltantes de cofres públicos.

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