quinta-feira, 19 de julho de 2012

O caminho da Venezuela para o abismo

     Pobre Venezuela. Ignorante, submetido a arbitrariedades das quais a população simplória sequer se dá conta, o país vem acelerando dia a dia sua caminhada para o mais profundo abismo cultural, político e ideológio. Os últimos 13 anos de governo chavista minaram ainda mais a já tênue capacidade de descortino da sociedade, marcada pela desqualificação, pelo nivelamento por baixo da formação de seus quadros, pela esvaziamento da capacidade de reagir, discutir. Em síntese: a Venezuela não consegue pensar.
     A extrema mediocridade de seu líder, o coronel de opereta mambembe Hugo Chávez, contaminou a vida do país, que retrocede aos primórdios, amesquinha-se, transforma-se num joguete sob a liderança de um homem estúpido e com evidentes sinais de demência.
     Sua - dele, esse incorrigível Chávez - mais recente agressão à lógica e à civilização foi destacada hoje por Veja. Como parte dos discursos da campanha política para mais uma reeleição, o presidente venezuelano acusou seus adversários políticos de fazerem "bruxarias" para impedir sua confirmação o poder, atribuindo a eles o câncer que vem enfrentado.
     Nem Lula, no seus momentos de maior insensatez (e foram centenas, ao longo dos últimos nove anos e meio), ousaria atribuir uma doença ao resultado de "bruxarias". E todos nós sabemos que o ex-presidente brasileiro notabiliza-se por extremos de idiotice impensáveis por alguém com um grau mínimo de formação. Lula já até divagou sobre as vantagens que a Terra teria se fosse reta (a poluição ficaria "parada" em cima das fontes poluidores), mas não chegou ao ponto de culpar a "herança maldita" que recebeu pelo câncer que atingiu sua garganta.
     Chávez, Lula, Evo Morales, Rafael Correa, Cristina Kirchner e - não seria justo deixá-la fora dessa relação - Dilma Rousseff (o tal Mujica pelo menos parece não se deixar levar pelo brilho e quetais que emanam do poder) sintetizam bem essa que é uma das quadras mais medíocres da história recente da América do Sul. Personagens vazios, com tendência discricionária, adeptos de regimes de força, ditatoriais, calcados na indigência cultural e no mais primitivo assistencialismo.
      Mas é inegável que Hugo Chávez é o mais caricato de todos, talvez por isso o líder espiritual dessa gente. Quem mais teria coragem de exumar o corpo de um heroi nacional morto há 180 anos (Simon Bolívar) sob a alegação de que precisava comprovar que seu guru fora assinado pelos capitalistas e neoliberais de então (ele morreu em 1830, de tuberculose, como qualquer um que tenha se dado ao trabalho de ler um pouco de história - ou clicar no Google - sabe).
     Apenas para não deixar passar a oportunidade. O 'pensamento' completo do aprendiz de ditadir venezuelano foi o seguinte: "A contrarrevolução e a burguesia apostaram que eu não poderia nem caminhar, que estava à beira da morte, que não conseguia mais suspirar. Até bruxaria eles me fizeram, mas ando com Deus. Dou graças a Deus por me ter permitido vencer tantas dificuldades, sobretudo as de saúde, de me ter dado resistência e vida para estar com vocês, nesta nova campanha rumo ao 7 de outubro".
     Uma oração digna do 'Chávez' mexicano e que talvez - estou reavaliando - fosse assinada por Lula, sim.

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