quarta-feira, 18 de julho de 2012

Sobre marechais e coroneis de fancaria

     É assim que o mundo funciona em países atolados na estupidez, na arbitrariedade e na ignorância. A Folha nos conta que o imberbe líder da Coreia do Norte - um dos poucos do mundo ainda a se declarar 'comunista' (seja lá o que nós sabemos que isso foi e é) -, Kim Jong, aquele fã do Mickey que assumiu o posto deixado com a morte do pai, Jum Jong-il, mais conhecido como "querido líder", foi nomeado - acreditem!!! - marechal do Exército Popular.
     Se ainda fosse um segundo-tenente, ou - vá lá! - capitão, não provocaria, em mim, tantas e tão irresistíveis gargalhadas, logo sufocados, confesso. Com a conquista dessa patente - a maior -, o filho do grande líder estaria confirmando o controle total e absoluto sobre um exército fanático, boçal e equipado com armas nucleares, o que coloca em risco a segurança do mundo.
     Jim Jong viu sua carreira militar (?) ir à estratosfera poucos dias depois de o regime ter efetuado a troca de guarda no Estado-Maior das Forças Armadas: saiu Ri Yong-ho (antigo colaborador do pai do atual ditador e que lhe deu sustentação) e assumiu Hyon Yong-chol.
     Essas mudanças representam ... Na verdade, ninguém sabe bem. A Coreia do Norte é o país mais fechado do mundo, imerso nas trevas desde que se tornou comunista. Especialmente após a assunção do clã Kim, no poder há 64 anos. A população - especialmente do interior - passa fome e não tem acesso a qualquer instrumento de soberania.
     Tevê, rádio e jornais são controlados diretamente pelo governo, que manipula, inventa e cria notícias de acordo com suas conveniências. Não há internet livre e o acesso à capital do país, Pyongyang, é controlado pelas forças armadas. Só pode entrar quem tem autorização expressa do governo. E eu estou falando de seus próprios cidadãos, e não de visitantes, uma categoria praticamente inexistente.
     A população - como pôde ser subtendido em dezembro, na morte do pai do atual ditador - acredita que o mundo gira em torno de seu país, que seria um exemplo para o restante do planeta. Se não fosse a ajuda enviada pela Coréia do Sul e pelos Estados Unidos, grande parte dos coreanos do norte simplesmente morreria de fome.
     Pelo conjunto da obra, a Coreia do Norte é a essência do que há de pior e mais lamentável nesses nossos dias. Com parceiros fieis no obscurantismo, no entanto. Aí estão o Irã e a Síria, por exemplo. Em escala inferior, pela distância física da dos malefícios gerados pela influência da antiga União Soviética, destaque para Cuba, outra potência do atraso.
     A China? É um caso especial de sucesso econômico calcado em um regime arbitrário e desumano, graças, principalmente, à força gerada pelos seus quase 1,4 bilhão de habitantes. Que poderiam ser mais, caso os pais deixassem de matar suas filhas recém-nascidas, como ocorre até hoje, para preservar benefícios mínimos providos pelo Estado.
     E já que falei de um marechal de anedota, vale lembrar o coronel de opereta que infelicita a Venezuela há 14 anos, Hugo Chávez. Esse é um exempo perfeito de dirigente bananeiro, sem a menor expressão no mundo, mesmo sentado sobre um estoque inestimável de petróleo. Em seus sonhos mais alucinados, na juventude, Chávez deveria se imaginar um filhote da dinastia Kim (essa conversa de bolivariansmo é puro empulhação). Um querido líder, sol da pátria. Não passa de um bufão ridículo, com seus 'traques' de festa junina.

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