domingo, 8 de julho de 2012

Educação sucateada

     Eu não me lembro - nossa memória é eventualmente 'seletiva', admito - de uma fase tão nebulosa na educação nacional como a que estamos vivendo. Nossas universidades federais simplesmente estão paradas, em greve, há alguns meses. Professores e alunos em geral - não, a UNE, a 'entidade de estimação' do Governo, não está participando - exigem salários dignos e melhores condições, sem que se vislumbre um resultado prático, a curto prazo.
     Tão 'aguerridos' em épocas não muito distantes, os ministros e quetais desse governo petista deram as costas à mobilização e já ameaçam funcionários e mestres com o corte de ponto. Ou voltam ao batente, ou verão seus salários serem reduzidos, com descontos. Aqui no Rio, os professores do Colégio Pedro II também entraram em greve. Ganham mal, muito mal. Sem falar na legião de contratados, em situação ainda mais crítica.
     Paralelamente à desídia no varejo, o Governo Dilma agride a educação no atacado, com uma mobilização jamais vista para impedir a aprovação de lei que obriga o Estado a destinar 10% de sua receita ao setor. Guido Mantega e Aloísio Mercadante foram à luta, sob as ordens da presidente, que, nesses momentos, finge que o assunto não tem nada a ver com ela.
     "Não há dinheiro, o país quebraria", manda dizer a presidente que liberou, a toque de caixa, nos últimos dias antes do início oficial da campanha eleitoral, uma fábula em emendas para sua base de apoio, principalmente. Afinal, a companheirada precisa mostrar 'serviço' para conquistar prefeituras e assentos nas câmaras municipais. Uma vergonha que provocaria, certamente, a mobilização das nossas combativas entidades que se dizem 'representantes da sociedade civil', caso o poder estivesse em outras garras.
     Tenho apontado, ao longo dos últimos meses, a absoluta falta de planejamento e de projetos da terceira fase dessa infindável e lamentável Era Lula. A economia é impulsionada a lampejos; não há investimento decente em infraestrutura; a saúde exibe dados cada vez mais lamentáveis; a educação é o que se vê; a política externa coleciona atos vergonhosos.
     Precisamos torcer muito pela China.

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