quinta-feira, 26 de julho de 2012

PT insiste em impedir julgamento do Mensalão

     Mais uma etapa - inócua, esperamos - da batalha do PT para impedir a realização do julgamento do Mensalão, o maior assalto institucional aos cofres públicos da nossa história recente. Depois da tentativa de chantagem executada pelo ex-presidente Lula contra ministros do Supremo Tribunal Federal; das ameças da CUT, de ocupar as ruas com manifestações; e das convocações da 'militância', o Partido apela, agora - de forma 'indireta', para um recurso legal: três de seus advogados entraram com uma representação na Justiça Eleitoral, ponderando que não seria conveniente julgar, nesse momento, a quadrilha denunciada pela Procuradoria Geral da República.
     O argumento, revelado pela Folha, é o mais vagabundo possível: o julgamento poderia contaminar as eleições, já que os maiores destaques entre os 38 réus (e o chefão do chefe ficou de fora) são do PT e isso poderia ser usado contra os candidatos do partido.
     Pois eu espero que todos os adversários do Partido dos Trabalhadores não apenas usem, mas abusem de imagens e textos. Aliás, na minha visão, o fato de o julgamento ser realizado paralelamente à campanha é saudabilíssimo, pois dará mais exposição a esse que foi um dos maiores atentados à nossa democracia, planejado e desenvolvido pela cúpula do partido do Poder.
     O Brasil precisa expor, cada vez com maior intensidade, as feridas e malfeitos de governantes, em especial. É o único modo de ajudar a selecionar nossos representantes, inflados por campanhas de marketing expresso nas quais são gastas fortunas. O Mensalão, em si, foi um resultado da pressão por dinheiro que cobrisse gastos de campanha.
     O grande problema é que esse dinheiro foi sacado dos cofres públicos, de acordo com a Procuradoria. Recursos do Estado foram usados para equilibrar contas partidárias e pessoais, através de contratos vigaristas. O dinheiro sujo da corrupção foi lavado pelo esquema do publicitário mineiro Marcos Valério e distribuído entre a companheirada.
     E isso precisa ser dito e repetido à exaustão.

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