sábado, 7 de julho de 2012

Às favas com o 'fair play' compulsório

     Esse tal de fair play obrigatório tomou uma boa e justa cacetada ontem à noite, em Fortaleza. O Ceará, que jogava em casa e perdia por 2 a 1 para o Criciúma, pela série B do Campeonato Brasileiro, ignorou a a obrigação de ser gentil, não devolveu a posse de bola ao adversário, como este apostava que aconteceria, e fez o gol de empate. E fez muito bem.
     O Criciúma, que chegou aos 2 a 0 no primeiro tempo, depois de levar o primeiro gol, passou a explorar acintosamente as simulações de contusões para parar o jogo, retardar o andamento, quebrar o ritmo do adversário, o goleiro em espedial. No lance que resultou no gol de empate, a bola foi chutada para fora, sim, com a desculpa de atendimento a um jogador contundido. Pura encenação.
     As imagens são claras. Não houve falta nem qualquer choque que provocasse problemas. O jogador catarinense estava claramente tentando ganhar tempo - faltava apenas um minuito para o encerramento do jogo. Irritados com - essa, sim - falta de esportividade do adversário, os cearenses cobraram o lateral, trocaram passes e fizeram o gol que já mereciam há muito tempo.
     Estimulados pela comissão técnica, os atletas do Criciúma ainda criaram uma enorme confusão, que exigiu a intervenção da polícia. O juiz, para contemporizar, expulsou um de cada lado, quando deveria ter tirado de campo pelo menos uns cinco catarinenses, por demonstração explícita de vandalismo.
     Só pode exigir fair play quem se comporta de maneira digna. A utilização desse artifício para levar vantagem é deletéria. E não adianta dizer que cabe ao juiz acrescentar o tempo parado. Pilantragem não tem desculpa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário