quarta-feira, 11 de julho de 2012

Demóstenes desmoralizou a moral

     Lá se foi Demóstenes Torres, o ex-paladino da justiça. Já foi tarde. Poderia ter ido mais cedo, sem tanto sangramento, se apostasse menos na conivência de seus iguais com os delitos comuns, falta de compostura, corrupção. Esqueceu que estamos em ano eleitoral e vivendo em plena Era Lula, a que dá guarida a todo tipo de malfeitor, desde que a serviço da causa.
     Foi torpedeado e posto a pique por 70% do Senado (59 votos a favor da cassação, 19 contra e cinco lamentáveis abstenções de quem não teve a coragem de se assumir pessoalmente). Era o resultado esperado e merecido pela sua ligação tortuosa e deletéria com o contraventor Carlinhos Cachoeira.
     Não havia clima para outro resultado, embora, no Congresso, haja registro de casos semelhantes que foram perdoados. É imposível negar o que está gravado e regravado. A promiscuidade de suas conversas com um comprovado contraventor é imperdoável. Ofendeu a dignidade até mesmo de uma Casa normalmente propensa a passar a mão na cabeça de seus membros, recebê-los de volta no seu seio farto e largo.
     Demóstenes desmoralizou a moral, ao transformar-se num mero instrumento de um bandido de quinta categoria. Chafurdou, lesou, deve pagar. Assim como espero que paguem todo os demais envolvidos com essa quadrilha (ainda há muita gente de fora) e os bandidos que assaltaram os cofres da Nação, no escândalo do Mensalão do Governo Lula. Mas não deixa de ser trágico constatar que no 'tribunal' que condenou o ex-senador do DEM figurem personagens como o ex-presidente Fernando Collor de Melo.
     Que os 15 anos de desterro lhe sejam pesados e definitivos.

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