terça-feira, 31 de julho de 2012

Baderneiros desafiam a lei nas estradas

     Não há uma justificativa sequer para a omissão criminosa das autoridades em relação à balbúrdia provocada por caminhoneiros na Via Dutra, o mais importante acessoà cidade do Rio de Janeiro. Não está em discussão o direito de os motoristas expressarem seu descontentamento com a nova legislação, teoricamente voltada para seu conforto e segurança de todos nós, quando exige um período mínimo de 11 horas de descanso.
     A forma usada, no entanto, extrapola, em muito, os limites toleráveis. O Rio está refém de um bando de desordeiros pelo segundo dia consecutivo. Milhões de pessoas estão sendo prejudicadas diretamente pelo bloqueio das pistas imposto pelo comando da categoria, que aposta na covardia das autoridades públicas para lidar com movimentos como esse.
     A conivência da Polícia Federal, que está aproveitando a oportunidade para também colocar o país contra a parede, não serve como justificativa para o caos que se instalou ontem e está se manifestando hoje novamente. Essa é uma clara e manifesta agressão a direitos básicos, como o de ir e vir, além de estar colocando em risco a vida de pacientes que necessitam trafegar pela rodovia, idosos e crianças. Esse conjunto seria suficiente para o acionamento da Força Nacional para restabelecer a ordem e enquadrar, também, as lideranças da PF, culpadas, no mínimo, de omissão.
     Mas estamos vivendo um ano eleitoral particularmente difícil para o esquema de poder dominante, historicamente - e não podemos esquecer esse fato - vinculado a manifestações semelhantes, quando ainda não era Governo.
     Até agora, não se ouviu uma manifestação eficaz do Ministério da Justiça, por exemplo, ao qual a Polícia Federal está subordinada. Seria querer muito de José Eduardo Cardozo, um dos mais medíocres titulares da pasta em todos os tempos, sejam eles - os tempos e os ministros - quais forem. A presidente? Está preocupada em fazer sala a três exemplares do mais moderno atraso desse nosso continente: o venezuelano Hugo Chávez, a argentina Cristina Kirchner e o uruguaio José Mujica, seus parceiros nesse já inviável Mercosul.

Nenhum comentário:

Postar um comentário