terça-feira, 17 de julho de 2012

Delúbio, o 'macarrão' do PT

     Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT e o operador político do Mensalão - o maior escândalo institucional da nossa história recente -, manteve-se firme no Plano B elaborado pela companheirada. Como se fosse um 'macarrão' (*) bem-comportado de um enredo canalha que vem sendo desenvolvido há sete anos pelo Partido dos Trabalhadores, entregou documento ao Supremo Tribunal Federal, assumindo toda a responsabilidade pela distribuição de 'recursos ilegais' entre companheiros e assemelhados, como nos conta o Estadão.
     Ele - mais ninguém - decidiu e executou tudo. Um tudo relativo, é claro: assim como seus gurus, ele nega a existência do esquema vagabundo de compra de consciências e votos, de financiamento de campanhas e de puro enriquecimento ilícito que o PT institucionalizou nessa infelicitada República. Em síntese, o terremoto que sacudiu o país não teria passado de uma leve acomodação de terra, um simplório e inocente 'caixa 2'.
     Devemos reconhecer, a bem da verdade, que Delúbio - recentemente 'reabilitado' pelo politburo petista - tem mostrado a lealdade mais canina que se pode esperar de alguém que, num determinado momento, esteve afogado no esgoto, abandonado formalmente à própria sorte, e mesmo assim fez o que pôde para livrar seu chefe, o então presidente Lula - o chefão do ex-ministro José Dirceu, o chefinho dos mensaleiros, segundo a Procuradoria-Geral da República - de uma merecida e justa cassação.
     Delúbio - e essa imagem continua bem nítida para mim - protagonizou alguns dos mais vergonhosos momentos já registrados em uma CPI, em todos os tempos. Com expressão bovina, olhar incerto e um sorriso que denotava claramente o turbilhão onde fora jogado, negou tudo, calou, tergiversou, expôs ao país até onde um um obreiro do PT pode ir para defender seus comandantes. Em submissão, chegou perto do atual ministro Gilberto Carvalho, da Seecretaria Geral da Presidência, aquele ex-seminarista que carregava as propinas do PT no seu Fusca (à época do assassinato do prefeito Celso Daniel, de Santo André- SP, segundo irmãos da vítima) e jurou dar a vida por Lula.
     Em apenas 35 linhas, Delúbio, através de seus advogados, ofende a inteligência de toda uma Nação. Nada diferente do que vem sendo feito há nove anos e meio pelos protagonistas dessa infi dável Era Lula. A grande diferença, no entanto, está na plateia à qual está destinada essa vigarice retórica. Enquanto Lula e Dilma Rousseff falam a linguagem da mais pura demagogia a um país mantido e cultivado na ignorância, Delúbio estará se dirigindo à mais alta Corte brasileira.

     (*)Macarrão é o apelido do companheiro do ex-goleiro Bruno, do Flamengo, acusado de ter assassinado uma ex-amante, Elisa Tamúdio, e que recebeu o pedido de executar o 'plano B', ou seja: assumir sozinho o crime, em troca de favores e vantagens futuras. Algo muito parecido com o que aconteceu com Delúbio Soares, não tenho a menor dúvida.

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