segunda-feira, 9 de julho de 2012

Ignorância ao vivo

     Talvez eu não tenha prestado a atenção devida (?). Não tenho acompanhado mesas esportivas ou transmissões de jogos com muito atenção, exceto as que tratam do Vasco, é claro. Normalmente deixo a televisão sem som - já falei sobre isso algumas vezes -, em respeito aos neurônios que ainda me restam e precisam ser preservados, para uso - espero - por muitos anos.
     No fim de semana passado contornei essa regra e deixei o som natural. Aliás, para ser verdadeiro, tudo recomeçou na quarta-feira, quando abri uma exceção à paixão clubística e acompanhei atentamente a decisão da Libertadores, vencida merecidamente pelo Corínthians. E foi então que constatei que tudo pode piorar, sim.
     Os eventuais 'taria' e 'tarão' tornaram-se habituais, ostensivamente presentes no vocabulário dessas pessoas que se propõem - e para isso são pagas - a falar para milhões. A mediocridade da linguagem e os erros de concordância passaram dos limites aceitáveis, mesmo sabendo-se que são transmissões aos vivo.
     Quando um desses eleitos diz que alguém "taria ali" ou que outros "tarão de manhã", não está usando um linguagem - digamos - coloquial. É ignorância, mesmo, inconcebível. Quando um luminar desses afirma que a "maioria foram", é estupidez, com certeza. Alguns dirão que todos entenderam, a exemplo do argumento oficial para a disseminação de erros graves em cartilhas destinadas aos nossos estudantes.
     É pura vigarice retórica. Condenar parcelas da população a um mergulho sem volta na ignorância só serve para mantê-las segregadas.

     É claro que há muitas e saudáveis exceções a essa regra. o comentarista Lédio Carmona, por exemplo, é uma delas. Mas é fundamental que haja uma reciclagem. Ou 'taremos' todos condenados à mediocridade.

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