domingo, 15 de julho de 2012

Abalo no palácio goiano

     A cada capa de revista semanal, mais os envolvidos nas mais recentes denúncias de roubalheiras - entre eles o ainda governador Marconi Perillo, do PSDB de Goiás - afundam na torrente provocada pelas investigações sobre as relações entre o contraventor Carlinhos Cachoeira e políticos em geral. A última descoberta, creditada à revista Época, esclarece, por exemplo, um pouco mais da história - pessimamente contada! - da venda de um dos imóveis do governador goiano justamente a um 'sobrinho' do criminoso.
     Sabe-se - ou admite-se saber - agora, que no valor recebido pela casa (cerca de R$ 1,4 milhão, em três cheques) estava embutida uma comissão - a velha e conhecida propina - por ter dado uma mãozinha (essa gente é especialista em 'botar a mão') na liberação de verbas para empresa de Cachoeira que prestavam serviços ao governo goiano. Uma bobagem de R$ 500 mil. Com essa informação, fica menos implausível o preço pago à vista por uma casa em Goiânia, sem desmerecer a cidade, planejada e agradável.
     Perillo deve ter passado um fim de semana atordoado. Acreditava - pela repercussão de seu depoimento à CPI mista do Congresso - que o pior já tinha passado e que só precisaria levar o assunto em uma espécie de banho-maria, contando com a cumplicidade de correligionários e com o pavor de oposicionistas, que temem o aprofundamente das investigações, pela sujeirada que certamente espalhariam em todos os andares dessa nossa infelicitada República.
     Ainda bem que, ao contrário de republiquetas como a venezuelana, a equatoriana, a boliviana e a peruana, em especial, por aqui as revista e jornais conseguem furar as barreiras oficiais e denunciam pilantragens que os donos do poder gostariam de ver acobertadas ou esquecidas. Isso - a liberdade de informação - não acontece, entretanto, graças à 'fé democrática' dos nossos governantes atuais. Ao contrário. Se dependesse apenas da companheirada que assaltou o poder há nove anos e meio, nossos veículos de informação seguiriam o padrão do cubano Granma, aquele jornal que atende às necessidades fisiológicas da população.

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