segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Um ministro indefensável

     Cada vez que leio ou vejo algo dito por esse indefectível ministro da Defesa, Celso Amorim, lembro de amigos diletos, da minha infância em Marechal Hermes, que optaram por seguir a carreira militar. Penso neles e imagino o quanto devem se sentir aliviados por estarem na reserva e, portanto, não sujeitos diretamente ao comando desse personagem, responsável, nos governos anteriores, pelos mais vergonhosos espetáculos já produzidos pelo Ministério das Relações Exteriores, sucateado ideologicamente.
     Ele até que andava quieto. Não teve, sequer, coragem de se insurgir diretamente contra a nota oficial dos Clubes Militares criticando a omissão da atual presidente e as declarações de colegas seus de ministério sobre a Lei de Anistia. Preferiu delegar a reação aos comandantes das três forças, seus subordinados.
     Não resistiu, entretanto, à oportunidade de transformar uma tragédia - a morte de dois militares no incêndio que destruiu a base brasileira de pesquisas na Antártida - em uma peça de exploração política. Como se fosse por acaso, com aquela expressão de soberba que o caracteriza, Celso Amorim culpou - é claro! - os governos anteriores. De uma forma indireta, - digamos - não muito corajosa.
     Disse - e O Globo apenas registrou - que o acidente foi provocado pelo fato de a estação ter sido construída há 30 anos e estar desatualizada. E, para completar a vigarice retórica, destacou que não estava culpando os governos anteriores. Mas quem, em algum momento, aventou essa possibilidade? Não passou pela cabeça de qualquer pessoa digna transferir culpas ou responsabilidades pelo acidente.
     Com outra conotação, esse episódio me remete à comemoração do ministro Marco Aurélio Garcia ao saber que não havia culpa direta do governo na morte de 200 pessoas no acidente com um avião da TAM, em 2007. E os mortos? Ora, os mortos ...

Nenhum comentário:

Postar um comentário