segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

O silêncio dos 'nossos' intelectuais

     Uma boa centena de intelectuais assinou um manifesto de repúdio à condenação (prisão e multa de US$ 40 milhões!!!) de três jornalistas equatorianos, pelo crime de expressarem e publicarem uma opinião contrária ao atual presidente, Rafael Correa, uma mistura de Hugo Chávez e Cantinflas, com um leve toque do histrionismo do ex-presidente Lula, para ficarmos apenas no cenário latino-americano. O resultado desse caldo - e os fatos estão aí para demonstrar - não poderia ser pior.
     O manifesto reúne escritores, artistas e representantes de entidades que lutem pela liberdade, em especial a da informação. A prevalecer o conteúdo da matéria de O Globo, não há um brasileiro sequer na relação. Nem mesmo um desses profissionais de abaixo-assinados, uma marilena ou um emir desses que andam por aí. Silêncio absoluto e vergonhoso.
     A perseguição movida por Rafael Correa a quem ousa denunciar suas fancarias constrange entidades sérias do mundo inteiro, excetuando o Brasil e republiquetas vizinhas. As manobras que transformaram o Judicário em uma simples banca de advogados indicados pelo governo remetem às manobras mais vagabundas de ditaduras travestidas de democracia.
     Assim como nos casos dos atentados à liberdade de expressão na Argentina, Venezuela e Peru, nossas entidades de classe - tão lépidas quando se trata de condenar desvios de governos 'reacionários' - refugiam-se num silêncio, no mínimo, embaraçoso.

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