domingo, 12 de fevereiro de 2012

Histórias de Júlia e Pedro (Capítulo 36)

     Uma deferência

     Bebês de jovens amigos - nascidos e por nascer - fazem constantemente com que eu me lembre de momentos passados de Júlia, em especial. Afinal, ela já está uma mocinha, com seus oito anos e meio. Pedro, aos quatro anos, ainda está mais para bebê do que para um menininho.
     Um desses momentos tem tudo a ver com o carinho que ela tem por mim - e que me encanta, constantemente. Não sei bem a razão - essas coisas não têm explicação lógica -, desde cedo a chamo de 'Juquinha', um apelido que só é usado por mim. Sai naturalmente, sem que eu sinta.
     Há algum tempo, quando o Colégio Pedro II (onde ela vai começar a cursar, este ano, a terceira série do ensino fundamental) introduziu seus novos amigos no nosso dia a dia, um deles estranhou quando me ouvir chamar a amiga pelo apelido:
     - O nome dela é Júlia, não é Juquinha", me corrigiu.
     Não precisei explicar ou me defender. Júlia se antecipou com uma resposta imediata e direta:
     - Ele pode.
     Júlia é assim.

     A amiga de Júlia

     Esse mesmo amigo - na verdade, uma menina muito espirituosa e engraçada -, ao passar um fim de semana aqui na Pedra, olhou para mim, em um momento em que estávamos - eu, ela e Júlia - consultando alguma coisa no computador, e ponderou;
     - Você não parece avô. E não é meu avô. Como é que eu vou chamar você?
     Respondi que ela podia decidir, ficar à vontade. Júlia, por sua vez, lembrou:
     - O nome dele é Marco Antonio.
     Daquele momento em diante eu passei a ser apenas o "Marco", a quem ela chamava a todo momento.
     Essa é Isadora, amiga de Júlia, uma figura.

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