quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

O roubo no país do ziriguidum

     Esse carnaval, quando menos, se nada mais pudesse oferecer ao Brasil e ao mundo, já teria cumprido uma missão inestimável às atual e futuras gerações: o roubo às claras, na frente de testemunhas, ao vivo e a cores, com a Globo por testemunha. Nada daquela malandragem safada, de contratar ONGs amigas para repassar dinheiro público, financiar campanhas da turma do poder e apadrinhados por 'trás das mesas de escritório'. Sem essa de extorquir empresas de ônibus ou maquiar despesas em obras.
     Nada disso. Se é para roubar, que seja assim, na mão grande mesmo, sem disfarces, sem desculpas que só ampliam a vagabundagem dos atos. Já imaginaram se o sujeito que driblou seguranças do sambódromo paulista e arrancou as cédulas das mãos dos donos da festa começasse a arranjar desculpas: "Eu estava conferindo a exatidão dos votos e a papelada escorreu entre meus dedos, rasgando"; "Eu estava tentando livrar a eleição da influência da direita e da mídia, mas ..."; "Eu não corri, apenas escapei da cena do crime, por vontade própria, para me defender melhor em liberdade e provar que nada foi provado contra mim"; ou, a frase mais usada pelos donos do poder: "Eu não sabia que estava roubando".
     Ladrão bom tem que ser assim, igual ao ilustre paulistano. Eu já não aguento mais conviver com ladrões de casaca, paletó e terninhos executivos. Gente que desvia dinheiro público a bem de causas - normalmente a delas e a de parentes e amigos. Eu quero viver num país de ladrões puros, que roubam sem ter lido Gramsci ou/e Marx.
     A bem da dignidade e da justiça, estou lançando, agora, o ladrão de votos do Sambódromo de São Paulo para tema de todos os enredos das escolas de samba brasileiras no ano da graça de 2013. O enredo? Quem sabe? Uma ideia: No país do ziriguidum, tudo acaba em roubo, oba!

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