quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Eleição cala a nova ministra

     Vocês sabem por que a nova ministra da Secretaria de Política para as Mulheres, Eleonora Menicucci, ficou em cima do muro quando questionada sobre sua posição em relação ao aborto? Ganhou uma consulta no SUS quem respondeu que ele não pode defender o que sempre defendeu, porque estamos em mais um ano eleitoral. Se ela dissesse que apoia o aborto, como sempre fez, a vida toda, isso poderia ser usado contra os candidatos petistas às prefeituras, especialmente nos segmentos religiosos.
     É apenas mais um exemplo da vigarice ideológica que move os governos em geral, os petistas em particular. Na oposição, contestam tudo, acusam, apontam o dedo. No governo, ou na disputa por um palácio, escolhem seus temas, fazem uma triagem alimentada por números das pesquisas e esquecem toda a 'ideologia' que os alimentava e à sua busca pelo poder.
     Para justificar esse recuo estratégico, a ministra alegou, candidamente, que o projeto de liberação do aborto - um direito inquestionável das mulheres, na minha ótica -, agora, vai depender da decisão do Congresso e arrematou, segundo nos conta a Folha: "Nesse momento, nós do Executivo não temos muito o que fazer".
     Puro diversionismo. Não há nada com mais poder decisório do que o Executivo, capaz de aprovar o que quiser, quando quiser, desde que tenha interesse real. O direito ao aborto, bandeira justa não só das feministas, mas da mulher, só não entrará em debete, real, com chances de ser aprovado, por conveniência política.
     Peguntem à presidente Dilma o que ela achava do assunto e o que passou a achar, desde que se candidatou. Esse raciocínio vale para quase tudo o que foi feito ou que deixou de ser nesses 11 anos da Era Lula. O inferno das privatizações foi alçado ao paraíso. A severidade fiscal acabou adotada ao extremo. A política econômica seguiu rigorosamente as linhas traçadas pelo governo de Fernando Henrique Cardoso. Os companheiros grevistas de outrora se transformaram nos baderneiros baianos de hoje. O PT e seus satélites, meus caros, são os exemplos mais bem acabado desse lixo político-ideológico.
     As derrapagens, que evidenciam a mediocridade da companheirada instalada no Planalto, ficaram por conta dos escândalos envolvendo todos os escalões dessa nossa pobre República. Sem falar no prosetilismo da nossa política internacional, covardemente alinhada ao que há de pior no mundo, como as ditaduras sanguinárias da Líbia de Kadafi (até o último momento), dos alucinados iranianos, da Síria de Assad e das medíocres republiquetas latino-americanas.

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