segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Criminosos sem perdão

     Há algo muito errado com nosso sistema judiciário, com as penas impostas a criminosos contumazes. Ao ler, hoje, a folha corrida do homem que estuprou uma menina de 12 anos, recentemente, aqui no Rio, dentro de um ônibus, me deparei com um assassinato, diversos assaltos, atentados ao pudor e outros crimes menores. Pois esse sujeito estava em liberdade, oficialmente, à vontade para cometer novos crimes.
     Antes que alguém me questione: eu não sou contra a ideia de ressocialização. Acredito que a prisão também deve ter o papel de reeducar, de transformar, não apenas o de punir. Mas há casos, e casos. Esperar que um criminoso com 14 delitos (era o total atribuído ao estuprador, preso ontem) possa voltar ao convívio da sociedade é, no mínimo, uma postura demagógica.
     Mesmo que ele estivesse 'recuperado', a soma das condenações por todos os crimes impediria sua libertação. É assim que a coisa funciona, por exemplo, nos Estados Unidos. Não há nova chance após a segunda transgressão, seja ela qual for. O terceiro delito é sinônimo de prisão perpétua. Mas os crimes não diminuíram, poderiam alegar os inocentes de plantão e os pilantras ideológicos. Certamente seria ainda pior, se esses condenados a morrer na prisão estivessem soltos.
     Se há superpopulação carcerária, condições indignas, é outro problema. Que sejam construídos novos presídios e criados campos de trabalho, por exemplo. Um bom caminho para a recuperação seria exigir que todos fizessem por merecer a comida diária. Há muitas pedras para quebrar, estradas para reformar, campos para arar e plantar. Depois de dez horas sob o sol, operando pás e picaretas, não haveria disposição para planejar novos crimes e manipular quadrilhas, de dentro dos presídios.
     Se o estuprador do ônibus estivesse ajudando a construir estradas vicinais, haveria uma criança aterrorizada a menos no país.

Um comentário:

  1. Recebi e publico o comentário abaixo.

    "Marco, em uma palavra: perfeito! É claro que a solução para esse tipo de aberração inclui a construção de novos presídios, mas nossos governantes têm preferido construir sambódromos e estádios de futebol..."
    Paulo Sérgio.

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