A vigarice retórica de determinados dirigentes mundiais chega a dar náuseas. O Globo nos conta hoje, reproduzindo reportagem de um jornal local, que o virtual presidente da Rússia, Vladimir Putin, atual primeiro-ministro, admitiu que é necessário "renovar os mecanismos da democracia" em seu país, como se essa conquista da humanidade trafegasse por lá.
Não contente, disse ainda, em artigo assinado, que "a real democracia não é criada em um instante e não pode ser copiada de um modelo externo". Não disse, e ninguém tem coragem de enfrentá-lo, o que é, para ele, uma 'real democracia'.
Certamente não é o sistema existente atualmente na Rússia, dominado por uma aristocracia originada na repressão que caracterizava a antiga União Soviética e que se mantém, embora de maneira menos ostensiva.
Putin, ele mesmo um antigo espião da KGB, a temidíssima polícia política, é o exemplo mais evidente de que a Rússia ainda vai levar muitos anos para se libertar de um passado cada vez mais presente.
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