sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

A oposição dos sonhos

     A Oposição, seja lá o que isso tem sido, aqui no Brasil, não cansa de mergulhar no poço sem fundo e luz no qual se enfiou há nove anos, desde que a 'Era Lula' foi inaugurada no país. Perdida no tempo e no espaço (principalmente no espaço da chamada mídia), não consegue, sequer, definir quem vai concorrer às principais prefeituras, nas próximas eleições. O exemplo da indefinição em São Paulo é, apenas, o mais gritante e vergonhoso.
     Enquanto o PT se mobiliza para dar sustentação a Fernando Haddad, um candidato teoricamente inviável e facilmente atropelável, pelas inúmeras trapalhadas protagonizadas no Ministério da Educação, o PSDB sangra por todos os poros, à espera da definição de José Serra, ainda em dúvida sobre o encerramento de seu sonho (um pesadelo, pelo histórico) com a presidência da República.
     Na Bahia, nem mesmo a catastrófica atuação do governador Jaques Wagner (PT) em todos os assuntos relevantes vem servindo de estímulo aos oposicionistas, especialmente em Salvador. As lideranças do DEM e do PSDB não conseguem acertar uma composição para enfrentar, possivelmente, o ex-presidente da Petrobras, Sérgio Gabrieli, outro que seria imprensado na parede sem muito esforço. Bastaria apresentar o último balanço da estatal e a vergonhosa crise de preços dos combustíveis.
     A prefeitura do Rio - teoricamente a segunda em importância nacional - jamais esteve na mira oposicionista, fadada a mais um estrondoso fracasso em outubro. Por aqui, o trêfego prefeito Eduardo Paes (PMDB), apesar do caos no trânsito e nos serviços em geral, não tem adversários à altura. Mesmo insitindo em derrubar a Avenida Perimetral, para dar passagem ao seu ego, inflado a cada a cada notinha favorável nas colunas 'sociais'. Recentemente, nosso alcaide deve ter alcançado o êxtase mais profundo, ao ver estampada a foto colorida dos 13 pares de sapatos e 13 chapéus que usou no desfile das escolas de samba.
     Pois além de tudo isso, o PSDB, cuja única arma tem sido apontar levemente o dedo mínimo para os escândalos do Governo Dilma, municia seus adversários com a constatação de que um de seus mais destacados senadores, Cícero Lucena, da Paraíba, mantinha o advogado particular no seu escritório em João Pessoa, pago com o dinheiro público.
     Nem mesmo os mais otimistas petistas e adesistas sonhavam em ter uma oposição tão medíocre, desfibrada. Tão limitada que não consegue, sequer, demolir o senador Eduardo Suplicy (PT) em um debate. Logo Suplicy, aquele senhor paulista, ex-marido da senadora Marta Suplicy, que canta, propõe lutas de boxe e distribui uma cartilha sobre uma tal de renda mínimo no Congresso, esquecido - ele sempre parece estar meio perdido - que faz parte do Governo.

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