quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Do Dedé ao Deivid

     Por estranho que possa parecer - em função do destaque recebido -, o gol que o atacante Deivid deixou de fazer, ontem, não foi o único 'fato' relevante da partida entre o Vasco e o Flamengo, pela semifinal da Taça Guanabara.
     É verdade que o lance, em si, não foi dos mais brilhantes. Mas não a derrota não pode ser atribuída exclusivamente a ele, como sugerem as manchetes. A vitória do Vasco (2 a 1, de virada), a oitava em oito jogos, foi inteiramente merecida. Poucos lembraram, por exemplo, que a falha do zagueiro vascaíno, possibilitando a jogada que deu origem ao tal gol perdido, foi, também, medíocre.
     A rigor, o 'gol perdido' foi a única chance efetiva de o Flamengo marcar pela segunda vez. Já o Vasco teve, pelo menos, quatro oportunidades claras, com Juninho e Diego Souza. Uma delas, a cabeçada de Diego Souza, livre, de frente para o gol, após cobrança de escanteio, sequer mereceu comentário.
     Sem falar - e esse foi um dos maiores destaques da partida - na exibição (mais uma) do zagueiro Dedé. Ele ganhou todas - rigorosamente todas - as disputas, por baixo, pelo alto, fora e dentro da área. E sem cometer uma falta sequer no jogo. E isso, marcando jogadores do nível de Vágner Love (que esteve bem), Ronaldinho (omisso) e Deivid (azarado).
     E ainda tivemos Juninho, aos 37 anos, correndo, driblando, defendendo chutando e - quando foi preciso, na hora certa - dando um chapéu no meio do campo, um drible que contagiou a torcida e que se seguiu a uma boa jogada do adversário. Para não ser acusado de injusto, entre outras coisas: enquanto teve condições físicas, Leonardo Moura foi o grande jogador do Flamengo.
     Futebol, embora simples, não precisa ser necessariamente simplista.

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