terça-feira, 30 de outubro de 2012

Torcendo para Marcos Valério contar tudo

     Torço muito - mas muito, mesmo!!! - para que o quadrilheiro mineiro Marcos Valério decida contar tudo o que sabe à Justiça, como pode acontecer a qualquer momento. O Supremo Tribunal Federal, segundo a Folha, confirmou que recebeu, há um mês, um pedido do publicitário para ser ouvido formalmente, alegando, entre outras coisas, que sua vida está ameaçada. Por quem? Ainda não sabemos, embora possamos imaginar.
     A defesa de Valério estaria tentando usar a delação premiada para reduzir a pena (que passa de 40 anos de cadeia) do operador do Mensalão, o maior assalto aos cofres públicos da história brasileira, realizado no Governo Lula sob a chefia (ou subchefia, como pretendem muitos, entre os quais eu me coloco) do ex-ministro José Dirceu, de acordo com decisão da nossa mais alta Corte.
     A notícia sobre a delação premiada foi divulgada, num primeiro momento, pela revista Veja, no fim de semana passado, e confirmada pelo STF hoje. De acordo com a Folha, alguns ministros do Supremo explicaram que uma delação de Valério, envolvendo outros personagens da vida pública (eu acho que o país inteiro sabe o nome de pelo menos UM deles, mas ...), não teria influência direta no atual julgamento, mas poderia beneficiá-lo em outros processos. Na melhor das hipóteses, poderia ser atenuante para a pena final, que ainda será atribuída.
     De qualquer modo, em qualquer hipótese, Marcos Valério estaria prestando um enorme serviço ao país, contando tudo o que presenciou durante os anos em que esteve encolvido não apenas no escândalo do Mensalão de Lula, mas na pilantragem anterior, durante o governo do atual senador Eduardo Azeredo (PSDB) em Minas.
     É claro - e disso não tenho e jamais tive qualquer dúvida - que são fatos distintos, embora a companheirada insista em repetir que são iguais em canalhice, para desculpar seus bandoleiros. Não são, mas ambos devem ser deplorados, em respeito à parcela decente do país, que é a grande maioria.
     Enquanto o tema - a delação - estava restrita às páginas de Veja, poderíamos imaginar que era apenas mais uma tentativa de pressionar a turma petista. Algo como "se vocês não me ajudarem, eu conto tudo o que sei sobre o Lula". Agora, quando o próprio STF confirma a disposição de Marcos Valério em formalizar denúncias, a questão ganha novos contornos e assume uma dimensão capaz, sim, de mexer com a República.
     Não podemos esquecer que o atual senador Fernando Collor, parceiro de fé do PT (assim como Paulo Maluf e José Sarney, entre outros menos votados), começou a ser escorraçado do palácio do Planalto graças à denúncia de um simplório motorista.

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