terça-feira, 23 de outubro de 2012

A verdadeira essência da presidente

     Um tema absolutamente escabroso não teve, ainda, a repercussão merecida: o arquivamento da investigação sobre o - digamos - comportamente não muito republicano do atual ministro Fernando Pimentel, do Desenvolvimento e 'muitas' outras coisas. Pois foi o que aconteceu ontem, com a decisão da Comissão de Ética da Presidência da República de sepultar as denúncias contra o ex-prefeito de Belo Horizonte.
     Pimentel era acusado de ter usado um jatinho fretado por um empresário, em outubro do ano passado, para participar de seminário em Roma, Itália, e de ter recebido uma fortuna (R$ 2 milhões) por palestras e consultorias jamais realizadas, pouco antes de ser oficializado como coordenador da vitoriosa campanha da presidente Dilma Rousseff.
     Dois escândalos que em qualquer país do mundo seriam suficientes não apenas para abertura de um procedimento interno, mas do repúdio do Governo e de processos criminais. Mas Pimentel é amigo pessoal da presidente, é de sua 'cota pessoal' no Governo. Para livrá-lo, Dilma Rousseff vetou a recondução de dois conselheiros - que tendiam a condenar o comportamento do homem da presidente - e indicou outros, que já cumpriram o papel. Algo semelhante ao que os ministros Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli fazem no STF. Essa atitude da presidente - ressalta-se - já havia provocado a renúncia do ministro Sepúlveda Pertence, que presidia a Comissão e não aceitou a manipulação que se adivinhava.
     Foi apenas mais um exemplo da enorme distância entre o real comportamento da presidente e a fantasia que a estratégia de marketing do Palácio criou para ela, a de alguém preocupado coma moralidade e intransigente com malfeitores. Não é verdade. Jamais foi. Nossa presidente, ao contrário, vem se esmerando em enxovalhar o mandato, protegendo criminosos, acobertando pilantragens e participando de modo lamentável nas disputas eleitorais.
     Jamais tive o que se poderia chamar de dúvida razoável quanto à essência do atual governo. Esse comportamente deletério está no DNA do PT, como ficou comprovado agora, com a condenação de parte da cúpula partidária por corrupção e formação de quadrilha. Basta recapitular os 'incidentes' ocorridos ao longo desses quase dez anos dessa lamentável Era Lula. Todos - eu disse TODOS - os envolvidos nos assaltos aos cofres públicos e em falcatruas generalizadas estão por aí, apoiados e prestigiados pelo PT.
     A presidente Dilma, embora originada de outro partido (no caso, o PDT), há muito incorporou a essência petista, esse 'jeitinho' de fazer política condenado veementemente pelo Supremo e pela parte digna da sociedade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário