quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Lewandowski defende Marcos Valério pensando na companheirada

     O ministro Joaquim Barbosa não poderia ter sido mais claro e objetivo em um dos momentos das recorrentes discussões que vem mantendo com o revisor do processo do Mensalão do Governo Lula: o misto de ministro e defensor da companheirada Ricardo Lewandowski "está plantando agora para colher mais tarde", destacou. Trocando em miúdos. Está defendendo penas menores para a bandidagem do núcleo publicitário (leia-se Marcos Valério), para tentar salvar a pele dos quadrilheiros e corruptores do PT, quando eles estiveram recebendo suas condenações.
     Foi - data venia - o que escrevi ontem. Lewandowski luta por penas menores para os demais qaudrilheiros, contando com a possibilidade de seus 'clientes' responderem por seus crimes em liberdade. Derrotado na defesa veemente que fez dos acusados, adaptou seu discurso à nova realidade.
     Vem conseguindo relativo sucesso na empreitada. Em especial na desestabilização emocional do relator - que se perdeu algumas vezes -, usando sua inegável facilidade retórica e um tom de bom moço, preocupado com a Constituição e com os direitos do cidadão. Chegou a bradar, em determinado momento, que o plenário não poderia esquecer que as penas estavam se somando, que até àquele momento o 'pobre' (o adjetivo é meu) publicitário já estava condenado a mais de 20 anos de prisão, "quase três décadas".
     Sua tese é tão defensável quando a de um advogado de porta de xadrez que prega apenas uma condenação para alguém que tenha assassinado dez pessoas. Pura vigarice.
     Argumentava em defesa de Valério e pensava - eu me permito fazer essa divagação, em função do histórico recente - na cúpula do PT vendo o sol nascer quadrado, como se dizia há algum tempo. Ele sabe que Joaquim Barbosa vai pedir a condenação dos Josés de Delúbio Soares por cada um dos crimes cometidos. E que, provavelmente, as penas vão passar facilmente do mínimo exigido para que sejam cumpridas na cadeia.

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