quarta-feira, 17 de outubro de 2012

A emoção continua

     O julgamento do episódio que ficou conhecido como Mensalão do Governo Lula (o maior assalto aos cofres públicos já realizado nesse país, em todos os tempos) entrou hoje em mais um momento decisivo e que promete emoções semelhantes à da condenação do ex-ministro José Dirceu e do ex-presidente do PT, José Genoíno, por corrupção ativa. Joaquim Barbosa começou a apresentar a seus pares, no Supremo Tribunal Federal, os argumentos para pedir a condenação de representantes da cúpula petista também por formação de quadrilha, ao lado dos integrantes dos chamados núcleos financeiro e publicitário, destaque absoluto para o onipresente Marcos Valério.
     Será difícil que a maioria dos ministros não opte pela condenação dos quadrilheiros. Há todo um histórico de canalhices já apresentado e condenado anteriormente. De lavagem de dinheiro à mais 'deslavada corrupção', como diria o ministro Luiz Fux. De algum modo, todos os acusados de formação de quadrilha já foram condenados por crimes que se entrelaçam de maneira clara e insofismável.
     Excetuando o lamentável ministro Ricardo Lewandowski - que se esmera diariamente em desmoralizar a Justiça - e o ex-empregado do PT, Dias Toffoli - que está apenas cumprindo uma tarefa partidária -, os demais tenderão a aceitar a denúncia, até mesmo para justificar votos anteriores. A trama só foi bem-sucedida por ter sido imaginada e realizada por um grupo afinado, a tal quadrilha à qual se refere desde sempre a Procuradoria-Geral da República. E tudo ainda este mês, provavelmente antes do segundo turno das eleições municipais.
     É bem verdade que o ministro 'revisor', Ricardo Lewandowski, tentou impedir a celeridade do processo - como vem fazendo desde o início -, mas foi derrotado pela aboluta maioria dos magistrados, que aceitou os argumentos do relator Joaquim Barbosa e concordou com a realização de sessões extraordinárias. O misto de juiz e advogado de defesa foi vencido mais uma vez.

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