Só mesmo o ranço pseudo-ideológico e a mais simplória e vagabunda demagogia populista podem justificar a insistência com que alguns setores combatem o projeto que foi encampado pela Prefeitura do Rio, destinado a recolher, abrigar, tratar e tentar salvar essa legião de mortos-vivos - as vítimas do que podemos chamar de epidemia de crack - que se espalha por diversos pontos da cidade.
Em nome de um etéreo direito à autodeterminação, demagogos de todos os matizes acusam um eventual cerceamento da liberdade para defender o opção que esses infelizes teriam à morte mais miserável; à destruição moral e física; à devastação de milhares de famílias que, de modo direto e indireto, são atingidas por essa catástrofe.
Não é possível que alguém, consciente e minimamente racional, acredite que esses miseráveis que agonizam nas chamadas cracolândias tenham capacidade de discernir sob re o que é melhor para suas vidas. Não têm. São incapazes absolutos e devem sim, ser tutelados pelo Estado, responsável - em primeira e última instâncias - pelo bem-estar de seus cidadãos.
Abandonar uma parcela de seus cidadãos, relegá-los a um fim degradante, é uma atitude moralmente desprezível e não se sustenta sob o princípio da responsabilidade social. O prefeito do Rio, Eduardo Paes - a quem podemos atribuir uma vasta coleção de defeitos e incoerências , como eu mesmo venho fazendo há algum tempo -, assumiu, com uma coragem impensável, essa bandeira, quando seria muito mais cômodo agir como a maioria e fechar os olhos à praga do crack, em especial.
As drogas em geral são uma ameaça não apenas - como se fosse pouco! - aos indivíduos, mas também à paz social. Não há glamour nas drogas. Há devastação e enriquecimento de criminosos. A sociedade não admite a leniência, como ficou comprovado em pesquisa recentíssima na qual 89% dos brasileiros rejeitaram a descrimininalização das drogas.
Se o crack é um subproduto da cocaína, os zumbis que ele gera são o rejeito do que se convenciona chamar de 'consumidores sociais'. Cada carreira cheirada por desajustados de alta classe representa uma pedra que devasta uma vida.
Marco Antonio, essa coisa de viver na rua vem sendo defendida por idiotas há alguma tempo, não só para drogados, mas para mendigos em geral, deficientes mentais e outras parcelas do lumpen proletariat que andam por aí a esmo, intranquilizando quem vive dentro das normas, quem respeita a convivência, quem quer a cidade limpa, etc etc. A rua é pública, argumentam em defesa dos desordeiros e desocupados. Se é pública, é também minha. E eu não concordo com isso. Portanto, a sociedade tem de rejeitar essa leniência com a marginalidade afoita que, encontrando apoio em parcelas (acho que ideológicas) da população, pretendem que as calçadas virem grandes abrigos e os viadutos depósitos de lixo.
ResponderExcluirCoincidimos, mais uma vez, Romildo. O discurso pelo direito à ocupação do espaço público é absolutamente demagógico, daqueles destinados a fazer sucesso em mesas de botequim.
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