terça-feira, 2 de outubro de 2012

Lewandowski volta a atacar

     O prolixo ministro Ricardo Lewandowski continua dando seguidas demonstrações de que pretende levar sua tarefa até o fim, de qualquer modo. Sua mais recente iniciativa - no seu caso, presume-se que não será a última - converge para a absolvição do ex-deputado José Borba, do PMDB do Paraná, na acusação de lavagem de dinheiro (foi condenado por corrupção). Como o resultado registrou um empate (5 a 5), eriçou-se logo e assumiu o papel de advogado, manifestando-se contra a decisão de deixar o caso pendente até o fim do julgamento, pois algum ministro pode mudar de opinião, como é facultado.
     Mais uma vez fica evidenciado que o ilustre revisor tem um objetivo claro, que passa por etapas: criar condições para a absolvição dos chefes da quadrilha que assaltou os cofres públicos, segundo entendimento da Procuradoria-Geral da República e, como vimos ontem, de dois dos mais destacados ministros do Supremo: Celso de Mello e Ayres Brito. Já escrevi algumas vezes, e me permito repetir, levando em conta a análise do comportamento do revisor desde o início do julgamento: Lewandowski está cumprindo uma missão.
     Suas intervenções absurdamente longas, seus votos intermináveis e repetitivos e suas evidentes provocações ao ministro Joaquim Barbosa têm um objetivo maior, mais amplo do que o destino de um desses Josés Borbas da vida. Ele está claramente focado nos prócerers do PT - José Dirceu, José Genoíno e Delúbio Soares. As tentar desclassificar a denúncia, repetindo argumentos falaciosos da defesa dos acusados - como se fossem evidências -, aposta na divisão da Corte, o que beneficiaria a companheirada.
     Os resultados, até agora, mostram que sua missão vai fracassar, que ele vai amargar uma derrota moral acachapante, suficiente para conspurcar sua presença na mais alta Corte do País. Excetuando um ou outro ponto, seus argumentos vêm sendo soterrados. Isolado na sua inadmissível defesa - defesa, sim! - dos réus, só encontra algum apoio no seu vizinho de bancada, Dias Toffoli, outro ministro que optou, na minha interpretação, por cumprir uma tarefa partidária (não podemos esquecer que ele foi empregado direto do PT e subalterno de José Dirceu por cerca de dez anos).
     Divergir do relator é um direito inalienável de cada ministro, isso é evidente. Os ministros Rosa Weber e Gilmar Mendes, por exemplo, tiveram entendimentos diversos de Joaquim Barbosa em determinados aspectos da denúncia. Lewandowski, no entanto, vai além - e eu me permito novamente deduzir-, extrapolando todos os limites, na sua ânsia de salvar os verdadeiros chefes do assalto aos cofres públicos e à dignidada da nação, como ficou claro nos votos de Celso de Mello e Ayres Brito.

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