quinta-feira, 2 de junho de 2011

Uma aventura caribenha - Capítulo 30

Pôr-do-sol no Rio Amazonas, a caminho de Belém


Quinta-feira, 12/08/1999 - Uma agradável rotina

     Rio Amazonas - Mudou o rio, mudou o empurrador, mudou a tripulação. Mas a rotina é a mesma. Até mesmo o modo pitoresco de a cozinheira convocar para as refeições: três apitos estridentes, como no fim de uma partida de futebol.
     O dia na nossa balsa também começa e acaba cedo. O café da manhã, na verdade uma pequena refeição, sai antes das sete horas. Às dez e meia, lá vem o apitaço do almoço. Às cinco da tarde, jantar. O cardápio, aqui no Rio Amazonas, a bordo do empurrador NE XXII, é praticamente o mesmo do servido no Rio Madeira por 'dona' Creusa, cozinheira do NM XXVI. Só mudou um pouco o tempero, orgulho de Meire, uma amazonense de apenas 23 anos e uma longa história de dor, semelhante à de milhares de jovens desse país, especialmente nesse canto do Brasil.
     Há, sempre, feijão, arroz, macarrão e farinha grossa. O acompanhamento varia entre peixe da região, galinha e carne (hoje, por exemplo, almoçamos bife com batatas fritas).
     A grande, enorme, diferença está na paisagem. O horizonte do Rio Amazonas é, de fato, avassalador. Desde que passamos por Santarém, a sensação de força que vem das águas barrentas é muito marcante.
     As margens ficaram cada vez mais distantes. Há trechos em que é difícil definir a paisagem. Mesmo com nossa balsa navegando quase sempre pelo canal central. De vez em quando uma surpresa, como agora mesmo. Uma centena de pássaros voando em varias linhas, a não mais do que um metro acima da superfície do rio, a uma velocidade superior aos exatos 23 km/h da nossa balsa (marca conferida no GPS).

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