quarta-feira, 15 de junho de 2011

A patriotada

     Está lá, na Folha. Segundo a repórter Flávia Foreque, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, negou que a presidente Dilma Rousseff tenha sido pressionada pelo governo iraniano para não se encontrar com Shirin Ebadi, ativista de direitos humanos e Nobel da Paz de 2003. Não contente, ainda fez críticas à iraniana, que - de acordo com ele - teria se recusado a trocar uma conversa com a presidente por um bate-papo com Marco Aurélio Garcia, assessor especial da Presidência para assuntos internacionais.
     O assessor, para quem não lembra (ou finge não lembrar), é aquele senhor que foi flagrado pelas câmeras de tevê comemorando, com um asqueroso 'top top', o fato de o governo Lula não ter culpa direta na morte de quase duas centenas de pessoas no acidente com um avião da TAM, em São Paulo, em julho de 2007. No currículo do desprezado assessor consta ainda a formatação da nossa relação com governos do naipe dos venezuelano, cubano e iraniano - estupradores da liberdade -, aos quais dedica enorme respeito. No caso cubano, adoração.
     Só esse pequeno histórico do seu ex-sugerido-futuro anfitrião mostra o quanto a ativista estava correta na sua decisão. Além disso - muito além -, Shirin Ebadi deixou bem clara sua insatisfação com a opção brasileira de não melindrar um regime violento e criminoso, conhecido como notório financiador do terrorismo. Um regime que mata a pedradas mulheres acusados de infidelidade e elimina homossexuais do convívio social.

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