terça-feira, 14 de junho de 2011

Os 80 anos de FHC

     Votei em Fernando Henrique Cardoso duas vezes, nas eleições presidenciais. Não votei outras vezes (para prefeito e senador) porque vivo no Rio. E porque não houve chances de segundo turno nas duas eleições em que ele derrotou com extrema facilidade o candidato do PT. No entando, confesso - constrangido - que votei em Lula uma vez, no seu enfrentamento com Fernando Collor.
     Na época - creiam os mais jovens - não havia opção. O segundo turno antepunha uma expectativa de seriedade ideológica (Lula ...) e o representante de uma grande farsa, de uma mentira que estava sendo vendida à população, carente do direito de, afinal, eleger o presidente da República por voto direto, sem intermediários. Hoje, tenho dúvidas quanto à propriedade da anulação do voto, algo que jamais fiz, desde minha primeira experiência como cidadão de fato, em outubro de 1966.
     Não chego a dizer que me arrependi totalmente daquele voto. Mas não tenho orgulho dele. Acho - em termos simbólicos, é claro - que ele ajudou a alimentar outra enorme mentira, ainda mais daninha, pelo que prometia, de dignidade, e realizou.
     Com Fernando Henrique, isso não aconteceu, em momento algum. Ao revisitar nossa história política recente, ao cavoucar a memória, mais me convenço da inquestionável importância da presidência de FHC para o futuro que estamos vivendo no presente. Uma importância 'verbalizada' pela atual presidente, Dilma Roussef, na carta que enviou ao ex-presidente, pela passagem dos seus 80 anos.
     Dilma, talvez, esteja alicerçando um convívio republicano com a oposição - fundamental ao seu governo -, ao mesmo tempo em que alfineta seu mentor e antecessor. Não vou entrar nesse mérito. Registro o fato para ter a chance de me associar às homenagens a um dos mais dignos presidentes que esse país já teve.

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