segunda-feira, 27 de junho de 2011

Em cena, os aloprados

     O ex-senador e atual ministro da Ciência e Tecnologia, Aloísio Mercadante, terá muito o que explicar, amanhã, na Comissão de Economia. Há alguns anos ele vem se esquivando de falar sobre sua participação direta na produção - em 2006 - de dossiês falsos sobre o então candidato ao governo de São Paulo, José Serra, que rendeu prisões de seus assessores e a apreensão de R$ 1,5milhão, em notas recém-saídas do forno.
     Na época, os personagens do episódio ficaram conhecidos como os 'aloprados', designação dada a um grupo de petistas liderado por Mercadante, pelo então presidente Lula, que continuava tentando afastar escândalos e escandalosos das cercanias do seu gabinete, no Palácio do Planalto.
     Soube-se agora, através da revista Veja, que Mercadante não estava sozinho na empreitada. Tinha a colaboração direta da então senadora e atual ministra Ideli Salvatti, batizada pelo jornalista Reinaldo Azevedo como "um berro à procura de uma causa".
     Os aloprados chegaram às manchetes logo depois dos mensaleiros e dos quebradores de sigilo de trabalhadores, nas proximidades dos cuequeiros e antes dos vendedores de favores da Casa Civil. Graças à conivência do Governo e às elocubrações que partiam da Secretaria de Comunicações, crime e criminosos foram esquecidos.
     Mercadante continuou no Senado, sendo constantemente humilhado publicamente pelo então presidente Lula. Dona Ideli também por lá estava, encarregada - sabe-se agora - de defender, aos gritos, também a si mesma.
     Por ironia, Mercadante vai depender, muito, da boa vontade do presidente do Senado, José Sarney, a quem atacava e foi obrigado a deixar de atacar. O 'doutor' em projetos do Governo Lula já deve estar - a essa hora - ensaiando as caras e bocas com as quais vai tentar defender o indefensável, de novo.

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