sábado, 4 de junho de 2011

Não há justificativa para o vandalismo

     Quase sempre discordo do governador Sérgio Cabral. Uma das nossas poucas concordâncias - talvez a única, até agora - é o amor pelo Vasco, que ele herdou do pai, assim como o nome.. No caso da insurreição dos integrantes do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro - que invadiram o quartel-general da corporação (centenas deles armados), usaram mulheres e crianças com o escudo e causaram sérios ferimentos em um oficial da Polícia Militar, ainda ontem à noite -, tenho que concordar: foi um ato de vândalos.
     Greve é um direito de todo trabalhador (eu participei de, pelo menos, duas), mas há regras, normas impostas não apenas pela legislação, mas pela lógica, pelo respeito. Se o empregador - no caso, o Estado - não atende às reivindicações - e as dos bombeiros são justas, por sinal -, há mecanismos para levar o pleito adiante, lutar por ele. Invasões e uso de armas - violência, em síntese - não são instrumentos ideais em uma democracia.
     Nesse episódio lastimável, houve, sim, uma clara e manifesta insubordinação. Os bombeiros, instituição com uma história exemplar, com suas atitudes recentes, mancharam seu passado. Corporações militares, ou 'quase', como o Corpo de Bombeiros, sobrevivem e se afirmam graças, em especial, ao respeito pela hierarquia.
     Ao invadirem um dos prédios mais belos da cidade, igualaram-se aos irresponsáveis que destroem plantações, assaltam fazendas e arrasam pesquisas científicas.
     Ganham pouco, não há dúvida. Mas nem por isso têm o direito de transgredir a lei.

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