quinta-feira, 30 de junho de 2011

Eu vou invadir seu palácio

     Não vejo a hora de invadir o Palácio Guanabara e exigir mais decência no trato dos assuntos estaduais e, de quebra, um tratamento digno para as ruas aqui de Pedra de Guaratiba, quase todas esburacadas e sem meio-fio adequado. 'Tá', eu sei que essa última parte faz parte do feudo do Eduardo Paes. Mas, como os dois são parceiros ...
     Já estou preparando meu kit invasão: lenço para cobrir parcialmente o rosto; duas armas de caça; meia dúzia de crianças arrebanhadas na vizinhança, a preço de sanduíche com refrigerante; e uns dois ou três deputados ávidos por aparecer na frente das tevês. Já ia esquecendo: acesso irrestrito aos banheiros de mármore do palácio que 'serviu de lar' para o conde D'Eu e a princesa Isabel, "a heroína, que assinou a lei divina", segundo versos de um inesquecível samba-enredo.
     Há alguns anos, poderia contar como certa a presença do atual secretário de Meio Ambiente, Carlos Minc, uma espécie de 'arroz de manifestação'. Ele estava em todas, existentes, ou não. Quando não havia público, nem o que manifestar, confeccionava algumas faixas e convocava mulher, filhas e sobrinhos para posar para as incrivelmente amigas câmaras fotográficas. A foto, fechada, para dar a impressão de 'multidão', estava garantida.
     Como a 'base' do governador Sérgio Cabral cresceu muito, com o adesismo das várias - digamos - 'f'acetas' da política fluminense, não sei se vou conseguir apoio parlamentar para meu movimento pela dignidade pública. Talvez não consiga, sequer, cobertura para o ato.
     Mas já vou avisando: exijo isonomia com os bravos soldados do fogo que invadiram seu quartel de comando, quebraram portas e rasgaram regimentos disciplinares. No mínimo, que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprove, também por unanimidade, anistia para meu futuro desvario.

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