No futebol, especialmente o brasileiro, técnico de time grande normalmente não resiste a quatro ou cinco derrotas seguidas, com as exceções que confirmam a regra. Regra que vale tanto para os Gaúchos quanto para os Scolaris. Até mesmo o insuportávelmente arrogante José Mourinho o mais bem pago do mundo, pelo que se comenta, está balançando no Real Madrid.
Não sou intransigentemente favorável a essa cultura. Ninguém faz milagres com uma equipe limitada e com salários atrasados, como, por exemplo, o meu Vasco dos últimos tempos. Mas não posso ser radicalmente contra a mudanças na direção técnica, ao menos para tentar provocar uma mexida no time. Minha lucidez de antigo cronista é facilmente atropelada pela paixão. Perdeu quatro, cinco, seis, pode ir à luta. E normalmente já vai tarde
Partindo dessa admissão, fico me perguntando por que essa máxima - 'perdeu, está fora' - não vale, também e principalmente, para dirigentes medíocres, responsáveis pelo colapso dos seus clubes? Se valesse - e fico tentado a achar que deveria valer -, Roberto já teria sido defenestrado há um bom tempo da presidência do Vasco, onde acumula desacertos administrativos inimagináveis nos tempos modernos.
O esperado e temido desmonte da equipe, que já estava enfraquecida, é uma realidade. Dois dos mais importantes nomes da equipe - Fenando Prass e Juninho - já foram. Outros seguirão o mesmo caminho. O clube não paga salários, perdeu todas as receitas, por inadimplência em acordos judiciais, e sucateou a diretoria.
A única esperança que resta ao torcedor é a presença de alguns nomes respeitabilíssimos no comando do futebol, como Ricardo Gomes e Mauro Galvão, personagens acima de qualquer suspeita e identificados com o clube, e o correto e eficiente Renê Simõe, o novo diretor-executivo. Mas essa turma - especialmente Ricardo e Mauro - não entra em campo há um bom par de anos.
Os disparates de Roberto - ao contrário dos chutes certeiros que disparava - já alimentam, até, o movimento pela ressureição de Eurico Miranda. Pelo que se vê, o Vasco caminha celeremente para o passado. E não podemos esquecer que 2009 faz parte desse passado bem recente.
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