terça-feira, 18 de dezembro de 2012

O apóstolo da indignidade

     Um ministro, pago com o dinheiro dos nossos impostos, não pode agir como um panfletário e convocar militantes para as ruas para 'defender' alguém, seja lá quem for. O cargo que ele exerce, por sua dimensão suprapartidária, exige compostura, um ritual de seriedade e dignidade. Mas seria esperar muito - muito, mesmo! - de um personagem como o lastimável ministro da Secretaria da Presidência, Gilberto Carvalho.
     Especialmente quando sabemos que o alvo de sua defesa é o ex-presidente Lula, por quem ele jurou, certa vez, que daria a própria vida. Gilberto Carvalho, ao longo dos anos, vem justificando a escolha que fez, ao abandonar o seminário para se dedicar a outro 'deus'. Vem sendo a voz sempre disponível para as performances papéis mais sujas, para transmitir os recados que seus chefes não têm a coragem de assumir. É o obreiro da causa lulista.
     Para entendermos bem o papel desse figurante da seita que surgiu do culto a Lula, nunca é demais lembrar que ele foi acusado pelos irmãos do prefeito assassinado de Santo André, Celso Daniel, de ser o carregador da propina que o PT extorquia nas empresas de ônibus do interior paulista e que foi destinada à campanha vitoriosa do então canditado Luís Inácio Lula da Silva, em 2002.
     Era - para usar uma expressão bem de acordo com seu passado, e de acordo com a acusação dos irmãos do prefeito morto - o encarregado de encher as a sacolas com o dinheiro sujo advindo da corrupção. Se tivesse vivido há dois mil anos, seria açoitado por Cristo, como o foram os vendilhões do templo.
     Assim como seu 'mestre' e os discípulos mais relevantes, Glberto Carvalho nega as evidências, desmerece os que se atrevem a desafiar seu paradigma e vocifera contra a imprensa. Certamente na igreja que abraçou - a Lulista de Todos os Dias - não há pecados a evitar nem infernos a temer.

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