quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Os 'dez mais' desprezíveis

     Paulo Sérgio Carvalho, um grande amigo - o mais antigo de todos, remanescente dos tempos da velha escola pública, risonha e franca - lançou, na rede social, sua lista dos piores do ano. Não conseguiu limitá-la a dez nomes. Chegou a quinze, mas reconheceu que ainda existiria um bom par de dezenas de concorrentes fortíssimos. Limitou-se aos nossos valorosos representantes, embora também tenha admitido que é uma tarefa hecúlea relacionar pesonagens deploráveis sem incluir, entre eles, no mínimo, os bananeiros Hugo Chavez e Cristina Kirchner.
     Lembrei que há algum tempo eu também fiz minha relação. Uma relação das dez mais desprezíveis personalidades políticas nacionais. Em homenagem aos novos e infindáveis escândalos produzidos nessa lastimável Era Lula, vou acompanhar meu velho amigo e atualizar meu rol de pessoas abaixo da linha da iniquidade.
     É claro que o ex-presidente mais medíocre e ignorante que esse país já teve, em todos os tempos, está no topo da lista. Para agir com justiça, acho até que Lula deveria participar de uma categoria extra, como 'hors concours', uma espécie de Clóvis Bornay da política. É praticamente impossível compará-lo a qualquer outro personagem. Talvez a Hugo Chavez, mas num plano internacional. De qualquer modo, resistindo à tentação de abrir uma categoria só para ele, mantenho o chefe da chefe de gabinete da Presidência em São Paulo no primeiríssimo lugar. Está para nascer alguém que consiga ser tão desprezível quanto Lula. É como voto.
     Abaixo dele, há um mar de candidatos, todos com seus inegáveis méritos. Há seres abomináveis em todas as atividades, principalmente em Brasília. Como o julgamento do Mensalão deu a tônica do ano, alguns se sobressaíram e conquistaram pontos extras na corrida pelo pódio da sordidez. O primeiro nome que me surgiu, naturalmente, para o segundo lugar, foi o do ex-ministro José Dirceu, o chefão da quadrilha de assaltantes dos cofres públicos.
     Mas ele - apesar de todos os antecedentes (basicamente criminais) - não resistiu às marcas das emoções deixadas pelo julgamento. Cedi, então, ao meu coração e concluí que o segundo personagem mais desprezível do Brasil em 2012 foi o ministro Ricardo Lewandowski, o defensor dos bandoleiros, o homem que lutou para desmoralizar o Supremo Tribunal Federal e, em consequência, a Justiça.
     Dedico o honroso terceiro lugar a uma figura que também constrange a história da nossa Justiça: o ministro José Eduardo Cardozo, o descobridor das péssimas condições dos nossos presídios. Certamente nunca houve alguém mais despreparado para o cargo, em todos os tempos. Pode-se destrinchar a relação de ministros da Justiça desde tempos imemoriais. Não haverá quem dele se aproxime, por medíocre.
     Logo abaixo, num quarto lugar muito disputado, emergiu o ministro Dias Toffoli, o parceiro de Lewandowski na tentativa desesperada de livrar a quadrilha petista das grades. Sem a presença do seu líder, Toffoli justificou plenamente as dúvidas sobre sua capacitação para o cargo, que só conseguiu graças à militância partidária. Não podemos esquecer que seu grande trunfo jurídico foi ter sido empregado do PT e assessor de José Dirceu.
     O quinto lugar na minha lista de os mais desprezíveis personagens públicos desse país fica com o inacreditável 'ministro' da Secretaria- Geral da Presidência, o ex-seminarista Gilberto Carvalho, aquele que trocou Deus por Lula, por quem daria a vida. Não houve uma demonstração de vigarice retórica sem a sua presença deplorável. Foi a voz da maledicência, da defesa intransigente de canalhices, das mentiras, das insinuações. Vive seu melhor momento.
     A sexta colocação foi conquistada sem esforço pelo presidente das Câmara, o petista gaúcho Marco Maia, outro a desmoralizar ainda mais uma das casas do nosso já vilipendiado Congresso. Esteve, sempre, ao lado do que há de mais desprezível na política atual, posando de valentão, mas incapaz de uma atitude sequer de independência. Foi um mero executor das determinações palacianas, sujeitando-se às atitudes mais degradantes ao longo do ano. A conquista dessa marca significativa no pódio foi consolidada nos últimos momentos, quando tentou desafiar o STF. Foi escorraçado pelo ministro Celso de Mello.
     O deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP), aquele que mandou a mulher sacar na boca do cofre R$ 50 mil da propina paga por Marcos Valério e inventou diversas versões para o fato, superou até mesmo seu líder José Dirceu em atitudes lastimáveis, ao longo do ano. Condenado à cadeia, continua tentando livrar-se da punição, agarrado às barras das calças de petistas mais influentes. O sétimo lugar é dele.
     Lista dos dez mais desprezíveis personagens públicos brasileiros que se preze não poderia deixar de contar com a presença de José Dirceu, injustamente condenado como o chefe da quadrilha que assaltou os cofres públicos, no episódio que ficou conhecido como Mensalão. Ele, como afirma seu assecla Marcos Valério, era o subchefe. Seu comportamento ao longo dos últimos doze meses garantiu sua permanência entre os piores, em oitavo lugar. Essa colocação é um sintoma claro de como o Brasil piorou nos últimos meses. Dirceu, quando o ano ainda engantinhava, estaria ao lado de Lula em qualquer relação que eu me propusesse a montar.
     A nona e respeitável colocação da minha lista dos dez piores ficou com o inesgotável presidente do Senado, José Sarney, um exemplo de sobrevivente. Ele foi o esteio político dessa continuação da lastimável Era Lula que completa dez anos. Esteve sempre a postos para compor, ajustar, negociar. Foi um dos maiores baluartes do Poder, que ajudou a sustentar, apesar da suquência assustadora de escândalos e pilantragens.
     Por último, em décimo lugar nessa escala de figuras políticas desprezíveis, o presidente do PT, um tal de Rui Falcão, autor das mais nauseabundas notas oficiais e declarações de apoio aos quadrilheiros e ao ex-presidente Lula. Sua ascensão deve-se à sua extraordinária atuação degradante, subserviente, superando concorrentes com enorme potencial e mais visibilidade.
     Seria injusto, no entanto, que deixasse de nomear alguns personagens que, por falta de consistência e extrema vigarice retórica, mereceriam constar em uma relação de 'mensões honrosas', como os ministros Fernando Pimentel e Ideli Salvatti e - não seria possível deixá-la de fora - a presidente Dilma Rousseff, a líder do governo mais assaltado por escândalos em toda a nossa pobre vida republicana.

Um comentário:

  1. Obrigado, Marco, pela divulgação. Suas sugestões, como eu previa, coincidem praticamente com as minhas.

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