segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Na cadeia e cassados

     O ministro Marco Aurélio Melo, ao que tudo indica, sepultou as esperanças dos deputados quadrilheiros João Paulo Cunha (PT-SP), Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Pedro Henry (PP-MT) de - quem sabe? - serem perdoados pelos colegas. Votou pelo direito de o Supremo Tribunal Federal decidir pelo impedimento dos três, já com condenação transitada em julgado pelo colegiado.
     Por enquanto, há um empate em quatro a quatro. Como sempre, o revisor Ricardo Lewandowski e seu fiel escudeiro Dias Toffoli votaram a favor dos bandidos. Tiveram, como quase sempre, o apoio emocional da ministra Rosa Webber e o acompanhamento meio envergonhado de Carmem Lúcia. Falta apenas o voto do ministro Celso de Mello, que deve ser ainda mais rígido e incisivo do que o foram Joaquim Barbosa, Luiz Fux, Gilmar Mendes e Marco Aurélio.
     Nas intervenções realizadas ao longo do dia, o decano do STF mostrou que está plenamente convencido do papel da nossa mais alta Corte. Ainda bem. Deixar uma decisão desse porte nas mãos da Câmara presidida pelo petista gaúcho Marco Maia seria uma temeridade.
     O PT, e isso não é novidade alguma, defende a tese de que o julgamento dos quadriheiros que assaltaram os cofres públicos durante o Governo Lula - no episódio que ficou conhecido como Mensalão - é fruto de perseguição das elites e da imprensa. Como a base governamental - formada por petistas e seus comparsas - é maioria, não seria de estranhar que votasse a favor dos bandoleiros, criando um impasse institucional.
     Poderíamos ter a excrescência de conviver com criminosos condenados à cadeia exercendo seus mandatos. Não é exagero pensar nessa hipótese. Aberrações semelhantes ocorrem no primeiríssimo escalão, que abriga acusados de comportamento, no mínimo, discutível, como o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, aquele que recebeu R$ 2 milhões por palestras que jamais proferiu.

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