sábado, 15 de dezembro de 2012

Canalhice acumulada

     Eles sempre se encontram, se esbarram, trocam confidências, são grampeados, mentem, disfarçam, escamoteiam, são pegos roubando o país. Não há, na verdade - e os fatos vêm provando essa assertiva -, várias quadrilhas agindo nessa lastimável e corrupta Era Lula. O bando é um só, embora subdividido para operar em várias frentes. A recente Operação Porto Seguro - a que exibiu ao mundo a desenvoltura da chefe de gabinete da Presidência, Rosemary Nóvoa, nas salas, antessalas e outros cômodos mais íntimos do Poder - jogou tudo e a todos no mesmo ventilador.
     A vigarice já era imaginada, pelo surgimento de alguns nomes comuns a todos os crimes institucionais cometidos nesses últimos dez anos de miséria moral que estamos vivendo. A começar pelo principal, o chefe dos chefes, o ex-presidente Lula, responsável direto - entre outros delitos de maior importância - pela indicação e manutenção da superpoderosa Rosemary em uma cargo do primeiro escalão. Mensalão, 'aloprados' e esse caso mais recente têm as digitais de Lula, de alguma maneira, embora ele de nada saiba ou - dependendo da ocasião (e ela, a 'ocasião', provoca diversas 'consequências', como reza o ditado popular) - tenha sido apunhalado nas costas.
     Outra onipresença: o ex-chefe da Casa Civil de Lula, José Dirceu, condenado por ter chefiado a quadrilha do Mensalão que assaltou os cofres públicos. Ele está em todas, como nos revela, com detalhes, reportagem da revista Época que chegou hoje às bancas. Sua ex-secretária Rosemary (ele a repassou a Lula) foi grampeada falando sobre ele com outro quadrilheiro, sobre seus interesses comuns, sobre um feriadão que passariam juntos na Bahia.
     E, como um grampo puxa outro, ficamos sabendo do teor altamente comprometedor de conversas entre o petista e atual advogado geral da União, Luis Inácio Adans, e seu adjunto e correligionário José Weber. E esses caras são os nossos representantes legais, aqueles que, em tese, defendem a Nação. Se não bastasse, desponta altaneiro, nos conchavos, o nome do ministro Dias Toffoli, aquele mesmo que fez dobradinha com Ricardo Lewandowski na defesa dos quadriheiros petistas e que antecedeu - que coincidência! - o atual advogado geral no cargo.
     É inacreditável que esse esquema de poder consiga se sustentar com tanta canalhice acumulada.

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