terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Lula e a lei do submundo do crime

     Vai ser difícil - mas não impossível - ele continuar dizendo que não sabia. O sujeito deu detalhes. Contou onde se reuniu com José Dirceu e Delúbio Soares, no interior do Palácio do Planalto. Relembrou a escadaria que subiu para encontrar com o então presidente; o tempo (exatos três minutos) que ficou na mais importante sala da República. Não teve dúvidas em afirmar que 'ele' deu o "ok", pessoalmente, ao esquema de assalto aos cofres públicos.
     E mais: revelou que parte do dinheiro roubado da Nação foi usado para pagar despesas pessoais do 'cara', duas vezes. Na primeira, algo em torno de R$ 100 mil, uma belíssima quantia, considerando-se a época, começo de 2003.
     
     Afirmou que os valores foram depositados na conta da empresa do ex-assessor da Presidência, Freud Godoy, personagem intimamente ligado a outro escândalo, o dos 'aloprados', a turma que tentou comprar dossiês falsos sobre oposicionistas. Tudo sacramentado, juramentado, em depoimento formal à Polícia Federal.
     Estou falando, é claro, das declarações do empresário mineiro Marcos Valério, que incriminam definitivamente o ex-presidente Lula, o grande beneficiário do maior escândalo da nossa história recente. Algo que se adivinhava, e que agora toma forma definitiva, revelada pelo jornal O Estado de São Paulo.
     E as acusações vão além, muito além. Revelam o lado ainda mais sombrio desse esquema de poder que assaltou a Nação. O publicitário condenado a 40 anos de prisão disse, com todas as letras, que foi ameaçado de morte por Paulo Okamoto, atual diretor do Instituto Lula e amigo do ex-presidente: "Se abrisse a boca, morreria".
     Marcos Valério vinha ameaçando contar tudo sobre o esquema montado por Lula e seus asseclas há algum tempo. Desde que começou a ver seus negócios desabarem. A condenação foi a gota d'água que faltava. É evidente que o operados do Mensalão é um 'pote de mágoas'. Se não estivesse desesperado, vingativo mesmo, certamente ficaria calado. Quadrilheiros agem assim. É só dar uma passada pelas histórias de grande mafiosos denunciados por comparsas que se sentiram traídos ou ameaçados, a partir de um determinado momento.
     Essa é a lei do submundo do crime, por onde vêm trafegando com desenvoltura as mais destacadas lideranças do PT.
     PS: Vejam o nível da 'defesa' esboçada por alguns luminares dessa Era Lula, ouvidos por O Globo. O deputado federal paulista Cândido Vaccarezza não se envergonhou de dizer que, se houvesse realmente uma denúncia contra o ex-presidente petista, Marcos Valério deveria tê-la feito antes da condenação. Outro deputado federal, Devanir Ribeiro (PT-SP), amigo pessoal do ex-presidente, segue a mesma toada: "Por que ele falou apenas agora? Por que ele não falou na época? Isso não procede e não nos atinge em nada. É desespero". Como se eles não soubessem as razões do silêncio. O ex-presidente, refugiado em Paris, para escapar da repercussão do indiciamento de sua ex-chefe de Gabinete e companheira de viagens, Rosemary Nóvoa, preferiu não falar.


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