quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Antes cedo do que tarde

     É claro que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, não ficou satisfeito com o lançamento da candidatura do senador Aécio Neves à presidência da República, em 2014, iniciativa do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do presidente do PSDB, o deputado pernambucano Sérgio Guerra. Por incrível que possa parecer, Alckmin deve acalentar, não tão fundo da alma, o sonho de novamente postular o mais alto cargo do país.
     Para ele, as três últimas derrotas dos candidatos paulistas de oposição - seja lá o que isso for no Brasil - não foram suficientes. A arrogância de determinados políticos não tem limites e, recorrentemente, atropelam interesses maiores, partidários. Para José Serra e Geraldo Alckmin - os exemplos me autorizam a afirmar -, seus nomes vêm em primeiro lugar, sempre.
     Aécio Neves já teria sido o melhor oponente da presidente Dilma, até mesmo por ser menos rejeitado pelo grande público. Isso não quer dizer que seria melhor. Seria, no máximo, menos ruim do que seus companheiros de partido, o que já representaria um avanço.
     As críticas à iniciativa de Fernando Henrique, para mim, só comprovam seu acerto. Quando Alckmin reage, mostra que sentiu o golpe e que será difícil voltar ao combate com força total, mesmo carregando, no currículo, a governança do estado mais importante do país. Ficou claro que ele terá que derrubar o senador Aécio Neves, exibindo, então, o fracionamento do próprio PSDB.
     Ao mesmo tempo, a estrebuchada dos líderes petistas apenas comprova que Aécio é um nome a ser considerado com certo temor. Se fosse mais um borra-botas, sua indicação não mereceria maiores preocupações.
     Às críticas à oportunidade do lançamento da candidatura também me convenceram que ela - a candidatura - chega em boa hora. Ou será que apenas o partido no poder tem direito de fazer campanha a partir do primeiro minuto do início do mandato? É evidente que não.

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