quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Mais uma grande sacada palaciana

     A pantomima engendrada pela marketing palaciano e encenada pela presidente Dilma Rousseff, na questão do veto à distribuição equânime dos royalties provenientes da exploração de petróleo, vai se desenhando uma verdadeira chanchada. É claro que as bancadas federais dos 24 estados não-produtores (deputados e senadores)iriam se mobilizar para derrubar o 'veto' da presidente. Se não agissem assim, estariam desprezando o voto dos seus eleitores e a defesa de suas origens. Portanto, a votação de ontem, no Congresso, com uma esmagadora decisão por examinar o veto presidencial, era sabida, anunciada.
     Sabida e prevista, em especial, pela própria presidente, que - ao contrário do que pregam alguns - foi a grande vencedora. Para que nossa mandatária não ficasse mal com os estados produtores - dois deles (Rio e São Paulo) fundamentais em qualquer projeto político, nem gritantemente contra os demais, criou-se uma fórmula mágica, que me permito expor, como se estivesse no cérebro da nossa principal dirigente: "Veto, mas destino o dinheiro futuro para a educação. Fico bem com uns e não posso ser acusada pelos outros. Mas se o Congresso decidir pela forma anterior, não tenho nada com isso ..."
     E o Congresso - por amplíssima maioria - fez o trabalho 'sujo' por ela, que já tirou o corpo da jogada, como nos contam nossos principais jornais e revistas, como a Veja: "A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quinta-feira que não pode fazer mais nenhum gesto para convencer o Congresso a manter os vetos ao projeto que altera as regras de divisão dos royalties do petróleo. "Não há gesto mais forte que o veto. Que todos votem de acordo com a sua consciência", declarou durante sua visita a Moscou."
    Foi o que os 348 deputados e 61 senadores fizeram, ao constestar seu veto, e vão fazer, ao manter, na semana que vem, a base da lei original. Até por que a 'consciência' dos políticos em geral é associada ao capital de votos que pode garantir.
     PS: Para não deixar passar sem referência, reafirmo minha convicção sobre o tema. Riquezas naturais de uma Nação devem ser distribuídas equanimemente por todos os entes federativos, sem prejuízo - é lógico - de uma compensação para sanar danos e financiar investimentos.

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