O ministro da Justiça (???), José Eduardo Cardozo, é um dos meus personagens preferidos, por sua canastrice digna de protagonista de chanchadas bananeiras. É mais uma daquelas figuras que não se envergonham de dizer os maiores absurdos com a cara mais circunspecta posível. De quase demitido por não saber que a 'sua' Polícia Federal estava prendendo mais um bando de governistas - incluindo a acompanhante dos programas do ex-presidente Lula -, ressuscitou, em depoimento na Câmara, com algumas daquelas frases destinadas a fazer 'história'.
"Não posso afirmar que a apuração chegou à conclusão que há uma quadrilha no seio da Presidência da República. Não é o resultado da investigação. O que tenho são servidores de um patamar secundário, que foi enquadrado em quadrilha ou bando", afirmou, e O Globo reproduziu.
É verdade, ministro. Parte da quadrilha andava - pelo que se depreende -, de fato, nas alcovas da Presidência. Quanto aos seios dessa mesma Presidência, por recato, prefiro me calar. Certamente a alusão foi mais um ato falho do ministro, talvez imaginando as relações desenvolvidas pela chefe de gabinete em São Paulo.
Não satisfeito - ele nunca está!!! -, o preclaro ministro lançou mais essa vigarice retórica: "Não há possibilidade de alguém imaginar que estamos no tempo da ditadura, em que a Polícia Federal possa ser usada para atacar adversários políticos ou seja usada para acariciar aqueles com os quais o governo tem (proximidade). Graças a Deus o tempo da ditadura acabou. Estamos num Estado democrático de direito".
Algum incauto, ao ouvir essa discurseira, poderia até pensar que a companheirada aprova as incursões policiais nos seus redutos. Ao contrário. A atuação da Polícia Federal independe do governo de plantão. No extremo, a PF atua apesar do governo, como vem acontecendo recentemente. Para o bem do Brasil, um estado democrático, sim, apesar do PT.
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