sábado, 22 de dezembro de 2012

Cala a boca, Dilma ...

     A presidente Dilma Rousseff mostrou ontem, na inauguração do 'novo' Mineirão, que ainda terá que comer muito tutu com arroz e torresmo para chegar perto do seu antecessor e guru, pelo menos em aparições eletrônicas. A cena em que ela tenta estilizar um canto de guerra comum aos torcedores - "O Mineirão voltou ... " - foi uma das mais lamentáveis já protagonizadas por ela nesses dois anos. Como soou falso, mal ensaiado, totalmente em desacordo com a expressão de paisagem tão comum à nossa mandatária.
      A turma do marketing palaciano deveria 'se mancar' e não produzir peças tão deprimentes, que expõem a presidente. Dilma não leva o menor jeito, não tem o menor carisma, ao contrário de seu mentor (é inegável que Lula tem esse dom, embora exercido da forma mais canhestra e desavergonhada). Suas aparições são absolutamente desprovidas de emoção, exceto pela sobrancelha arqueada, para dar a impressão de indignação, de determinação.
     Esses papéis davam certo com Lula, mestre em vigarices eletrônicas, copiadas dos pastores do que chamávamos de telinha. Como não tem qualquer resquício de coerência e de senso crítico, o ex-presidente é capaz de se superar a cada apresentação. É um profissional da engabelação, da estroinice. Alguém de quem eu não compraria um carrinho de mão usado, mas que é um sucesso de 'audiência'.
     Dilma não. Ela é, de fato, um poste sem luz própria, incapaz de um improviso, de entoar algumas frases com algum nexo. Suas orações nunca têm começo, meio e fim. O sujeito está sempre em desacordo com o predicado e com o verbo. É visível seu desconforto quando está em qualquer solenidade. Não sabe de sorri; não sabe se deve cumprimentar (na dúvida, sempre reclina a cabeça, como faria um súdito de qualquer reino); não sabe o que dizer.
     Obrigar esse personagem amorfo a se passar por torcedor de futebol é um castigo. Obrigá-la a cantar um refrão de torcedor vai além de uma simples provação. Como disse Romário, em relação a Pelé: Dilma, calada, é um gênio.

Um comentário:

  1. Contam os assessores e quem com ela lida diretamente, que apresenta grande desenvoltura e desembaraço quando passa descompostura em alguém, o que acontece com muita frequência.
    Em outras situações, é uma ameba...

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