sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Dignidade não tem preço

     Não consigo admitir que alguém que se considere decente pode defender posições tão canalhas quanto as que foram adotadas pelo ministro Ricardo Lewandowski ao longo do desgastante julgamento do assalto institucional aos cofres públicos que ficou conhecido como Mensalão do Governo Lula. As absurdas demonstrações de servilismo exibidas pelo revisor e por seu parceiro de bancada, o ministro Dias Toffoli, no entanto, repercutiram entre - digamos - alguns 'formadores de opinião', quase todos, infelizmente, comprados por trinta dinheiros.
     Agora mesmo, quando já não restam dúvidas sobre o apoio da Nação às principais decisões emanadas do Supremo Tribunal Federal, há quem se alie à escória política brasileira na defesa do mandato de bandoleiros condenados. É inacreditável como devaneios ideológicos e pagamentos regulares se unem para soterrar qualquer vestígio de dignidade.
     Já há, também, quem defenda mudanças na Justiça, retirando dos ministros as garantias do cargo, destaque para a vitaliciedade, uma das propostas que serão debatidas na reunião do PT que está sendo realizada em Brasília. Segundo nossos jornais e revistas, a cúpula petista advoga mandatos de quatro anos, renováveis, para os juízes do STF, por exemplo.
     Não é preciso ser muito perspicaz para ver o que pretendem esses arautos da indignidade. Sem a segurança da vitaliciedade, os magistrados ficariam à disposição dos humores do dirigente de plantão. Do plenário atual do STF, em função do resultado do julgamento do Mensalão, poucos (não mais do que quatro; dois com certeza) seriam reconduzidos. Os demais, por terem ousado julgar com independência, sofreriam todas as pressões imagináveis.
     Essa é uma das partes do projeto petista de governar. Depois de ter aparelhado a máquina estatal, com os resultados que podemos ver (corrupção generalizada), a companheirada sonha em manipular a Justiça e calar a imprensa, a exemplo do que ocorre nas ditaduras mais vagabundas do mundo.
 

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